Num país que quase nada contribui para o aquecimento global, os impactos são duros e injustos.
Entre os setores atingidos está a cultura: músicos, técnicos, vendedores e centenas de trabalhadores informais ficaram sem rendimento após o cancelamento de atividades e festivais. Mas deve o país parar culturalmente sempre que ocorre uma tragédia? Acredito que não. A cultura é parte essencial da resiliência cabo-verdiana — une comunidades, gera rendimento e ajuda a lidar com a dor. Suspender atividades em zonas não afetadas aprofunda a crise económica e emocional, sem trazer mais conforto às vítimas.
Defendo, ao invés disso, uma conciliação entre eventos culturais e solidariedade, através de medidas concretas:
- Realizar eventos com momentos de homenagem às vítimas.
- Destinar parte das receitas para fundos de apoio às comunidades afetadas.
- Envolver artistas e organizações locais em campanhas de sensibilização.
- Criar programas especiais para integrar trabalhadores culturais impactados.
A cultura não deve ser silenciada por uma tragédia — deve, sim, transformar-se em força mobilizadora, solidária e sustentável. Seguir em frente com respeito é também uma forma de reconstrução.
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