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A Comissão de Inquérito que avaliou as causas da derrocada da ponte Ribeira d`Água na Boa Vista responsabilizou várias empresas pelo acontecimento que levou por água abaixo milhões de escudos e ceifou duas vidas. A construtora MSF é uma das apontadas. A Comissão de inquérito (CI) terminou relatório sem ter acesso aos contratos de empreitada, mas concluiu que “ a organização de todo o processo da empreitada na construção da ponte Ribeira d`Água foi deficiente”.
A tão aguardada conclusão deste Inquérito foi apresentada esta terça-feira na cidade da Praia, pela ministra das Infraestruturas e Economia Marítima (MIEM), Sara Lopes, que avançou que o governo já constituiu uma equipa jurídica para analisar cuidadosamente todas as conclusões do relatório, para tirar ilações e agir em consequência.
Recorde-se que a ponte Ribeira d`Água caiu na sequência das fortes enxurradas de 26 de Setembro de 2012 e trouxe, para além dos constrangimentos de ordem económica, inúmeros prejuízos à ilha das Dunas, muitos deles intangíveis.
Após ter ouvido vários depoimentos de responsáveis e personalidades com formação e experiência na área, ficou perfeitamente esclarecido que as razões que levaram à queda da ponte têm a ver com o facto da solução estrutural do projecto que foi escolhida e construída ter uma capacidade de vazão das águas das cheias muito inferior àquilo que o estudo hidrológico previa, e revela muitas irregularidades e inconformidades no contrato.
Entretanto, perante os dados alcançados a Comissão de Inquérito responsabilizou a construtora portuguesa MSF, a Direcção Geral das Infraestruturas (DGI), o projectista e a fiscalização do INECO e Geral das Obras públicas e privadas pelo colapso da ponte Ribeira d`Água.
O relatório é bem claro, e acusou também o ex-ministro das Infraestruturas e Transportes, Manuel Inocêncio, de não cumprir a sua função.
Questionada sobre a responsabilidade política, a MIEM respondeu que “tirar responsabilidades políticas creio que não cabe ao Governo".
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