A questão do transporte escolar em Santo Antão está a preocupar os municípios da ilha de Santo Antão, que exortam a Comissão Regional de Parceiros (CRP) da ilha a retomar os apoios aos estudantes, suspensos no ano lectivo transacto.
Os autarcas santanenses pretendem aproveitar a visita, a partir de hoje, da ministrada da Juventude, Emprego e Desenvolvimento dos Recursos Humanos, Janira Hopffer Almada, a Santo Antão, para pedir que intervenha junto da CRP no sentido de retomar os apoios ao transporte escolar na ilha.
O vereador da Educação da Câmara Municipal do Porto Novo, Miguel Autinho, informou que Janira Hopffer Almada tem agendado, esta terça-feira, um encontro com a CRP, órgão que gere os financiamentos disponibilizados no quadro do Programa de Luta contra a Pobreza, em que a problemática do transporte escolar em Santo Antão vai ser discutida.
A terceira etapa do Programa de Luta contra a Pobreza, em fase de implementação, está direccionada para o financiamento de projectos e actividades geradoras de rendimento, facto que pesou na suspensão, por parte da CRP, dos apoios ao transporte escolar.
Porém, Miguel Autinho acha que o Governo “tem sempre uma palavra a dizer”.
Na sua opinião, face às dificuldades dos municípios santantonenses em ajudar neste aspecto, Janira Hopffer Almada poderá permitir, na qualidade de tutela da Unidade de Coordenação do Programa de Luta contra a Pobreza, que a CRP de Santo Antão retome, este ano lectivo, o financiamento do transporte dos estudantes das diferentes localidades.
Aquele autarca disse esperar que a visita da governante ajude a resolver este problema que preocupa as câmaras municipais de Santo Antão.
No caso do Porto Novo, a CRP assegurou, até ao ano lectivo 2012/2013, cerca de 50 por cento (%) do custo do transporte escolar no concelho.
Por isso, a “retirada da comparticipação” por parte da CRP foi um dos “maiores constrangimentos” com que se deparou o ensino secundário neste município, segundo o delegado do Ministério da Educação e Desporto, no Porto Novo, Rufino Évora.
A decisão, explicou, teve algumas consequências, nomeadamente, a paralisação dos veículos por parte dos condutores, o encarecimento da contribuição das famílias, a quebra na assiduidade e a desistência de alguns alunos.
A Fundação Cabo-verdiana de Acção Escolar (FICASE), outra parceira neste tipo de actividade, tem atrasado o pagamento aos condutores, situação que tem preocupado também os responsáveis educativos no Porto Novo.