Escolha de Dom Arlindo para cardeal vai ser bom para a Cáritas - secretária-geral

PorExpresso das Ilhas,19 fev 2015 10:04

A secretária-geral da Cáritas Caboverdiana considera que a escolha de Dom Arlindo, que é o presidente da organização para um mandato de quatro anos, para cardeal vai ser “muito positivo” não só para a organização nacional como regional.

 

Segundo Marina Almeida, isso trará ganhos para a Cáritas Caboverdiana, cuja posição vem mudando de há quatro anos para cá, desde a última assembleia-geral mundial, quando a delegação cabo-verdiana não foi composta apenas por leigos, como acontecia sempre, mas foi acompanhada de um bispo, o Dom Arlindo.

“A nossa posição mudou e a atenção em relação a nós também e não sei como é que Dom Arlindo consegue se multiplicar para estar presente, mas ele tem sido uma presença muito boa para a Cáritas Caboverdiana e, a nível da Cáritas África, a presença dele também foi sentida como algo de muito positivo, ainda antes de ser cardeal”, explicou.

A secretária-geral lembrou que a Cáritas é uma instituição do bispo para o pastorado social e, se ele estiver presente, tem mais impacto em relação à mobilização de recursos.

“A presença do bispo, o interesse do bispo desperta o interesse dos parceiros que dizem assim: se o bispo está presente com a Cáritas, provavelmente, há mais credibilidade e as organizações parceiras disponibilizam mais”, disse.

Na presidência da Cáritas, destacou sobretudo a disponibilidade total e “em todos os momentos” de Dom Arlindo, desde que haja algo a fazer, para além de, sob o seu comando, ter sido possível realizar as assembleias, o que não tinha sido conseguido antes, “porque o processo era um pouco complicado quando se criou as duas dioceses”.

“Houve todo esse processo que fizemos juntos com ele sempre aberto, atento e com tempo, além de ser o primeiro a chegar e o último a sair”, realçou.

Marina Almeida apontou como uma das marcas maiores do agora cardeal eleitor a criação da Cáritas Diocesana do Mindelo, a disponibilidade em chegar a um entendimento, a fazer a organização funcionar como um todo nacional e o estar disponível para participar em reuniões internacionais, tendo estado presente em várias a nível da África e da Confederação.

“Já fomos juntos à França para negociar com financiadores, ou seja, ele sempre está disponível e acho que isso é um sinal que, de facto, tem a Cáritas no mesmo pé que as outras dimensões da Igreja”: o anúncio da palavra e a celebração da eucaristia.

Na sua visão, a Cáritas é o testemunho disso tudo e, por isso, tem que estar viva, com o seu presidente a apelar e a incentivar também todo o processo da sua renovação, tendo o bispo de Santiago à testa.

“Enquanto cardeal, penso que isso vai se projectar ainda mais”, até porque 2015 vai ser um ano muito activo para a Igreja Católica e a Cáritas de Cabo Verde, que está a apoiar a criação da Associação de Empresários, Gestores e Profissionais Católicos, informou Marina Almeida.

A organização, sublinhou, vai ser ainda anfitriã de um encontro internacional em Abril e de um outro do Grupo de Trabalho da Caritas Internationalis para o Sahel, em Dezembro, que vai comemorar os seus 10 anos de existência no arquipélago.

Além fronteiras, a Cáritas nacional vai estar representada por Dom Arlindo Furtado no Fórum da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) no Brasil, em Novembro, e nas reuniões estatutárias da Caritas Internationalis, em Roma, de 09 a 19 de Maio.

Dom Arlindo Furtado, bispo de Santiago e um dos 20 novos cardeais investidos a 14 de Fevereiro no Vaticano pelo Papa Francisco, é o presidente da Cáritas Caboverdiana, desde que se tornou o 34.º bispo de Cabo Verde e até 2018, altura em que deverá ser substituído pelo bispo do Mindelo, Dom Ildo Fortes. Caso o país vier a ter três bispos, a sua sucessão será feita através de uma eleição.

A Cáritas Caboverdiana foi criada a 01 de Fevereiro de 1976 e tem como objectivo irradiar a caridade cristã promovendo a justiça social e a solidariedade humana.

Toda a sua acção centra-se na pessoa humana, procurando criar as condições necessárias para que cada um e todos se tornem actores de um desenvolvimento social e económico justo e harmónico, contribuindo para a melhoria das condições de vida das pessoas, das famílias e das comunidades.

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Autoria:Expresso das Ilhas,19 fev 2015 10:04

Editado porRendy Santos  em  19 fev 2015 10:45

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