A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, estima que nos últimos três anos os casos de fome nos países da CPLP diminuíram 36% e avançou que já foram investidos, na Estratégia de segurança alimentar e nutricional, cerca de 500 mil dólares para melhorar a capacidade de analisar a informação, tomar decisões e acordos entre os países.
Em entrevista à Rádio ONU, em Lisboa, o representante da FAO em Portugal e na CPLP, Hélder Muteia, falou sobre esta redução da fome na comunidade.
"Do ponto de vista da situação de segurança alimentar e nutricional, nós temos uma evolução no sentido da redução da incidência da fome. Nós falávamos há cerca de três anos de 28 milhões de pessoas afectadas. Hoje, a nossa estimativa é de 22 milhões de pessoas."
Segundo Muteia, estes são os resultados visíveis de um trabalho coordenado nos países com medidas concretas e políticas e nas áreas de produção e assistência social. O representante da FAO citou, em particular, os casos de progressos em São Tomé e Príncipe e Angola.
Ele disse que a iniciativa "Juntos contra a Fome na CPLP" já atingiu os 90 mil dólares num fundo de apoio a grupos e acções.
"A prioridade é continuarmos a trabalhar para erradicar a fome, porque quando nós falamos dessas estatísticas parece um grande avanço nós reduzirmos em 6 milhões as pessoas que passam fome. Estamos a falar ainda de muitos milhões de seres humanos: 22 milhões. Alguns deles estão tão encurralados nesta situação de insegurança alimentar que perdem sua vida. Portanto, é uma fome que dói e mata" e que "essa é uma realidade que a comunidade internacional não pode aceitar”.