Governo subsidia aquisição de pastos e ração em 80 mil contos

PorAdilson Pereira,18 nov 2017 10:54

O ministro da Agricultura Gilberto Silva anunciou que o governo vai subsidiar a aquisição de pastos e ração em cerca de 80 mil contos. Trata-se de uma medida complementar ao plano de emergência para o mau ano agrícola, e vai funcionar através de vales a serem emitidos pelo governo.

 

“Para começar, o Governo vai subsidiar em cerca de 80 mil contos a aquisição de pastos e de ração junto dos vendedores e vai celebrar nos próximos dias um memorando de entendimaento com os fabricantes e distribuidores de ração a nível nacional”, declarou, esta segunda-feira, Gilberto Silva à RCV.

Segundo esclareceu o ministro da Agricultura, por esta via os comerciantes se comprometem, de facto, a contribuir para a redução do preço da ração. Entretanto, sua efectivação materializar-se-á através da diminuição da margem de lucro no fabrico da ração.

“O próprio Estado vai tentar contribuir também com outras medidas, mais para a redução do preço da ração”, acrescentou.

No sentido de acelerar o processo, o governo vai emitir vales com os quais os criadores de gado poderão adquirir ração e pastos, que posteriormente serão pagos pelo tesouro.

“As famílias, os criadores de gado vão ser visitados pelos técnicos que avaliam e em função dos critérios estabelecidos e aprovados vão fornecer, distribuir este subsídio em forma de vales”, afirmou Gilberto Silva. “É uma comparticipação. E o vendedor depois apresenta estes vales junto do governo que vai fazer o pagamento em igual montante”, reforçou. 

Em sessão extraordinária, o Conselho de Ministros reúne-se esta quarta-feira com o propósito de aprovar o critério para a atribuição dos vales.

 

Mau ano agrícola: mulheres são prioridades em política de emprego

No final de uma visita efectuada ao interior de Santiago, no dia 10 de Novembro, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva afirmou que as mulheres ocupam um lugar de destaque na lista das preocupações do governo neste cenário de mau ano agrícola. Informações avançadas pela agência de notícias, Inforpress.

O primeiro-ministro, que se fez deslocar aos municípios do interior de Santiago, nomeadamente Santa Cruz, São Miguel e São Lourenço dos Órgãos, para auscultar as pessoas do campo e inteirar-se da situação do mau ano agrícola, revelou que, no âmbito do programa de emergência, cada emprego criado dará prioridade à mulher.

A decisão de colocar a mulher na primeira linha das prioridades a nível do emprego visa tranquilizá-las, segundo o chefe do executivo, uma vez que durante a visita clamaram por “uma maior atenção” do governo face à situação de seca e de mau ano agrícola, lembrando que são elas (mulheres) as mais afectadas.

O pedido das mulheres do campo mereceu acolhimento do primeiro-ministro que não escondeu a convicção de que esta decisão se justifica plenamente, tendo em atenção a ligação desta situação com a família, educação, saúde e com os filhos.

Para além da promoção do emprego, em que as mulheres beneficiarão de uma “atenção especial”, Ulisses Correia e Silva deixou saber também que o programa de mitigação dos efeitos do mau ano agrícola em curso contempla o salvamento do gado e o acesso à água para agricultura e para os animais.

“Estamos a trabalhar nessas dimensões de forma a que possamos dar as respostas que as pessoas precisam”, disse o primeiro-ministro, sem descartar a possibilidade de haver alguma ansiedade e pressa de intervenção, muito por culpa da forma de actuação registada no passado em circunstâncias parecidas. 

Com efeito, aos criadores de gado e agricultores Ulisses Correia e Silva manifestou esta garantia: “Estamos a trabalhar de forma bem programada, bem planificada, com afectação de recursos para darmos as respostas que as pessoas precisam.”

Na ocasião, o primeiro-ministro reconheceu que o país está de facto a vivenciar “um mau ano agrícola, dos priores dos últimos anos”. Por outro lado, não escondeu a “convicção de que o arquipélago vai ultrapassar esta crise”. E nos agricultores e criadores de gado assegurou ter constatado não só a falta de ânimo mas acima de tudo a vontade de enfrentar os problemas e ultrapassá-los.

“Não há necessidade de se criar nenhum estado de alarme, nem de desastre, porque não é o estado que nós estamos a viver”, examinou.

Em termos de respostas concretas para fazer face ao mau ano agrícola, Ulisses Correia e Silva mencionou a assinatura de contrato-programas com associações de microfinanças garantindo crédito aos agricultores e criadores de gado, subsidiação de pastos e rações para os animais e isenção de taxas sobre produtos alimentares para os animais.

Estas medidas foram tomadas pelo executivo no âmbito do programa de emergência orçado em 880 mil contos, cifra que ainda possa ser alargado caso houver necessidade.

Em relação aos criadores de gado que terão procedido ao abate dos seus animais e/ou à venda ao desbarato, o primeiro-ministro entendeu ter-se tratado de uma decisão precipitada, alegando que ainda há pastos e que as respostas do plano de emergência vão chegar a tempo.  

  

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 833 de 15 de Novembro de 2017. 

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Autoria:Adilson Pereira,18 nov 2017 10:54

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  16 nov 2017 13:30

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