Convidado da última edição do Panorama 3.0, da Rádio Morabeza, Elísio Silva justifica a sua posição com aquilo que classifica de "condições atmosféricas atípicas".
“Temos todas as condições para que haja um aumento de pessoas com doenças respiratórias. Quando falamos de doenças respiratórias, falamos da gripe, doenças de rinite alérgica, sinusite, asma bronquial, que na maioria das vezes são as causas de base. Estamos numa época com grandes condições para que essas doenças proliferem”, afirma.
O Hospital Baptista de Sousa registou, desde o início do ano, até 18 de Fevereiro, um total de 1444 casos de síndrome gripal em adultos e crianças com mais de 5 anos. O número triplicou quando comparado com 2017, em que foram assinaladas 418 situações do género. Em crianças menores de 5 anos, foram diagnosticadas 296 casos.
Questionado sobre a capacidade de resposta dos serviços de saúde, Elísio Silva fala em reforço dos recursos nos bancos de urgência mas pede que os utentes escolham os serviços de saúde primária, ao invés do hospital.
“As pessoas ao invés de irem para os centros de saúde das suas localidades vão para os bancos de urgência e aí a espera é mais longa. Por isso é que estamos a pedir às pessoas a que se desloquem aos centros de saúde e se lhes for diagnosticada uma patologia que requeira um seguimento hospitalar serão encaminhadas”, indica.
As doenças do foro respiratório são especialmente graves em crianças e idosos. O delegado de saúde de São Vicente aponta alguns cuidados a ter.
“Manter o organismo hidratado, evitar fumar ou expor-se a ambientes com muita poeira ou fumo, procurar estar em ambientes arejados, porque as bactérias ficam mais concentradas em ambientes fechados, ter cuidados com alimentação, estar bem agasalhado”, exemplifica.
Além da gripe, de 1 de Janeiro a 18 de Fevereiro foram diagnosticados 79 casos de pneumonia em adultos e crianças maiores de 5 anos. Em crianças menores de 5 anos o número situa-se em 127, bastante superior a 2017, quando foram registados 28 casos.