O Centro Comum de Vistos (CCV), na cidade da Praia, gerido por Portugal, recusou, no início da semana, vistos de viagem a mais de duas dezenas de crianças de uma escola da capital, convidadas a participar num torneio de andebol.
A situação gerou, ao longos dos últimos dias, várias manifestações de indignação, incluindo da primeira-dama, Lígia Fonseca, que, numa publicação pública, na sua página pessoal na rede social Facebook, considerou a situação de "grave" e pediu "consequências".
"Quem vai responder por esta ofensa às crianças cabo-verdianas? Gostaria que este caso não morresse sem consequências. É uma situação grave", escreveu a esposa do Presidente da República.
"Num mundo cheio de tecnologias, cheio de declarações de 'somos irmãos', abraços e afectos, onde os governantes de Portugal e Cabo Verde se juntam a toda hora por isto e por aquilo, mata-se o sonho das crianças porque alguém não se quer dar ao trabalho de fazer os processos nem que fosse noite dentro, para que as crianças pudessem viajar de Cabo Verde para Portugal", acrescentou.
Confrontada com as críticas, fonte consular, citada pela agência portuguesa de notícias, Lusa, explica que a recusa na atribuição dos vistos se ficou a dever ao facto de o pedido "ter sido entregue nas vésperas da partida e sem a totalidade da documentação necessária, o que inviabilizou a análise em tempo útil dos processos".
Por se tratar, em alguns casos, de menores de 18 anos, entre os documentos em falta estavam, nomeadamente, as autorizações parentais para que as crianças pudessem viajar na companhia dos representantes da escola.