José Luís Neves falava na conferência inaugural intitulada “Competitividade e Produtividade – Os desafios da Economia Cabo-verdiana na Era da Globalização”, no âmbito da I Semana de Ciências Económicas e Empresariais da Universidade de Santiago, que decorre decore desde ontem, em Assomada, Santa Catarina, sob o lema “Conhecimento, Habilidades e Atitudes para um Futuro Vencedor”.
“A ideia é fazer uma reforma abrangente, uma reforma que tenha como foco não a protecção do emprego, porque nas economias modernas com as rápidas transformações não se pode proteger o emprego, porque emprego hoje existe e amanhã poderá não existir, mas uma reforma que proteja o capital humano”, defendeu.
O conferencista explicou que uma reforma que proteja o capital humano é uma reforma que apoia uma relação laboral mais estável, mais longa entre o trabalhador e o empregador, que faz com que ambos invistam nessa relação laboral de “forma séria” e na formação ao longo da vida laboral.
Para José Luís Neves, “só assim o capital humano se possa desenvolver e as empresas podem ser mais produtivas e impactar positivamente o crescimento do salário”.
Ainda na sua intervenção, o conferencista afirmou que em Cabo Verde o foco da discussão sobre o desemprego tem sido as taxas, ao passo que deveria ser, sustentou, a duração no desemprego, cujo desempregado demora em média 16 meses para encontrar um emprego.
É que, segundo ele, os partidos políticos e governos têm discutido as taxas, que podem subir e descer em função de várias coisas que não estão sob o controlo dos decisores políticos.
Nesse sentido, defendeu a criação de políticas públicas, afectação de recursos públicos dos contribuintes para criação de empregos imediatos para absolver os desempregados de longa duração.
Já sobre o emprego, mesmo reconhecendo que os governos desde a independência têm trabalhado para a sua criação no arquipélago, Neves assevera que ainda “falta colocar verdadeiramente”a questão da criação de emprego no centro de todas as políticas económicas e socais em Cabo Verde e como um indicador principal e fundamental da acção governativa.
Durante o debate vão estar temas como empreendedorismo, turismo, financiamento da economia, tecnologias de informação e comunicação, relações públicas com decisores políticos central e local e operadores económicos.
A I Semana das Ciências Económicas e Sociais que decorre no campus da Bolanha, também vai ser marcada por momentos culturais, feira de empreendedorismo e uma gala de empreendedorismo para homenagear um “grande empreendedor” da região Santiago Norte, Fernando da Veiga Pereira.