A directora regional da OMS iniciou, hoje, uma visita oficial de dois dias à capital, para analisar a execução dos projectos apoiados pela agência das Nações Unidas. Na próxima quinta-feira, Matshidiso Moeti vai participar no lançamento oficial da introdução da vacina contra a febre amarela no Calendário Nacional de Vacinação, em Santa Cruz, Ilha de Santiago.
"Já existe vacinação para grupos alvo [viajantes e profissionais de saúde] e queremos introduzir a vacina no programa alargado de vacinação e, portanto, passaremos a ter a vacinação desde a infância. É fundamental e, com o tempo, teremos toda a nossa população imunizada contra a febre amarela", disse o ministro da Saúde, Arlindo do Rosário.
Em declarações aos jornalistas, Matshidiso Moeti revelou alguns objectivos da visita a Cabo Verde. "Estou aqui para consultas com as autoridades nacionais e os parceiros que trabalham com Cabo Verde sobre a situação de saúde da população e para perceber como é que podemos continuar a melhorar", explicou.
A responsável sublinhou, ainda, que Cabo Verde foi o país africano que mais progressos fez na melhoria das condições de saúde das populações e no aumento da esperança de vida. Neste momento, o maior desafio passa por ter de dar respostas a vários padrões de doenças em simultâneo.
"O país está a fazer a transição, há uma mudança no padrão das doenças, passando maioritariamente de doenças infecciosas para doenças crónicas não transmissíveis, como o cancro ou as doenças cardiovasculares. Uma das preocupações passa pelo facto de o país ter de confrontar vários padrões de doenças em simultâneo e a avançar para a eliminação de algumas das doenças infecciosas", afirmou a responsável.
Para o ministro da Saúde, a visita de Matshidiso Moeti constitui mais uma oportunidade para o país “alinhar” a estratégia de cobertura universal, de segurança sanitária e de promoção da saúde defendida pela OMS.
Durante a visita será também oficialmente lançada a campanha anual de pulverização para combate ao paludismo. Recorde-se que, em 2017, Cabo Verde registou um surto de quase 500 casos.
"Desde o ano passado as equipas de luta anti-vectorial foram reforçadas, já estão no terreno, e assinalaremos o lançamento da campanha para envolver mais a população nessa luta, mas também os outros ministérios e as câmaras municipais", disse Arlindo do Rosário.