​Cruz Vermelha quer condições para melhor resposta humanitária

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,19 ago 2018 19:09

Arlindo Soares de Carvalho
Arlindo Soares de Carvalho

O presidente da Cruz Vermelha de Cabo Verde defende a necessidade de se trabalhar o regime jurídico que dê respostas aos novos desafios e aplicação de políticas e estratégias que garantam uma acção humanitária mais eficaz da instituição.

Arlindo Soares de Carvalho fez estas declarações à Inforpress a propósito das comemorações do Dia Mundial Humanitário, que se celebra hoje, 19 de Agosto, tendo sublinhado que a data serve de reflexão e homenagem a todos os voluntários que dedicam suas vidas por causas humanitárias.

O responsável da Cruz Vermelha de Cabo Verde (CVCV) advogou uma “atenção especial” ao estatuto dos voluntários e a legislação da classe, que conforme afirmou, “embora seja ela boa carece ainda de uma avaliação aprofundada”.

“É preciso rever a lei porque estamos a auxiliar os poderes públicos. Basta dizer que lidamos com algumas dificuldades, há necessidade de se trabalhar o quadro legal e normativo da Cruz Vermelha e decidir onde a instituição pode intervir sozinha e em que circunstância é preciso uma parceria humanitária entre os poderes e a CVCV”, frisou.

Arlindo de Carvalho lamentou por outro lado, o facto da Cruz Vermelha ser uma instituição de acção humanitária deparar com situações burocráticas, que no seu entender, impedem que ela desempenhe suas funções de forma eficaz enquanto auxiliar dos poderes públicos cabo-verdiano.

“No quadro da mobilização dos recursos para a ilha do Fogo encomendamos duas viaturas, mas temos dificuldades em despachar essas viaturas com isenção porque temos que pagar, porque a legislação não prevê isenção para CVCV. Recebemos doações para pessoas carenciadas, mas não temos isenção e, recentemente, recebemos uma ambulância, mas tivemos que pagar despacho normal, para nós isso não faz sentido porque esse dinheiro serviria para resolver outras questões”, declarou.

Apontou, ainda a estruturação do sector das catástrofes, reforçar os projectos sociais no domínio da pré-infância e da terceira idade, a inserção sociocomunitária e profissional dos jovens e uma lei interna que defenda os emblemas da Cruz Vermelha de Cabo Verde como grandes desafios da instituição.

Entretanto Arlindo de Carvalho disse que a CVCV já percorreu um longo caminho desde a sua criação, conta com voluntários de todas as categorias, referindo, que actualmente, a instituição tem cerca de três mil voluntários que actuam em todo o território nacional.

“Já aprovamos a criação do Departamento do Voluntariado, neste momento estamos a trabalhar no recenseamento, na fidelização, em breve vamos aprovar o regulamento do cartão de identificação do voluntário e no nosso programa de mandato o voluntário é a nossa prioridade”, disse sublinhando por outro lado, que há que encontrar também uma forma de compensar a intervenção do voluntariado em Cabo Verde.

O presidente da Cruz Vermelha de Cabo Verde aproveitou a efeméride para felicitar todos os trabalhadores humanitários e voluntários no país, sublinhando que a história de Cabo Verde regista, com nota positiva, a intervenção do voluntariado no domínio da protecção do ambiente, das catástrofes e prestação de cuidados em situações de emergência.

O Dia Mundial Humanitário foi comemorado pela primeira vez em 2009, após a Assembleia Geral da ONU ter decretado o dia em sessão plenária em Dezembro de 2008.

O dia 19 de Agosto foi escolhido em honra do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Sérgio Vieira de Mello, e de outros 21 funcionários e colaboradores da ONU falecidos no Iraque, em 2003, durante uma missão de paz.

O objectivo da data é homenagear todos os voluntários do mundo pelo seu trabalho e divulgar as obras realizadas pelas organizações humanitárias espalhadas pelo globo apesar de todas as dificuldades vividas.

A data também é conhecida como o Dia Mundial da Ajuda Humanitária e o Dia da Memória dos Trabalhadores Humanitários, prestando tributo a todos os funcionários e trabalhadores humanitários que foram mortos no exercício do seu trabalho.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,19 ago 2018 19:09

Editado porFretson Rocha  em  20 ago 2018 7:28

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