O repto foi lançado segunda-feira, na Cidade da Praia, momentos antes de presidir a uma conversa aberta sobre o financiamento do sector da água e saneamento – desafios e oportunidades, promovida pela Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANAS), no âmbito do 5º aniversário, assinalado ontem, onde sublinhou que o financiamento constitui um dos maiores entraves para o sector de água e saneamento.
“A população tem de pagar pelo serviço que é prestado, sendo que água e o saneamento têm um retorno. E para além desse retorno, é preciso que as empresas e os operadoras que trabalham nesse ramo tenham a possibilidade de chegar ao máximo de pessoas possível e que prestem um serviço com qualidade para poderem recuperar estes custos e continuar a fazer investimentos”, precisou.
Segundo avançou Hélder Santos, neste momento as instituições financeiras no país têm disponibilidade financeira e capacidade para financiar, reconhecendo, por outro lado, que é preciso que as empresas apresentem projectos com qualidade e que tenham taxa de retorno económico favorável para que as instituições financeiras os possam financiar.
Para os próximos 20 anos, o Governo vai precisar de 70 mil milhões de escudos cabo-verdianos, de modo a garantir que até 2030 todos os cidadãos têm água potável e saneamento.
“É uma verba muito grande e o Estado não tem condições, sozinho, de angariar esse montante. Daí a ideia da criação desse fundo, que, através das instituições financeiras, parceiros nacionais e internacionais, possam angariar fundos para poderem fazer face às necessidades do sector”, constatou.
Criado pelo Governo, o Fundo de Água e Saneamento é a instituição que deverá disponibilizar meios financeiros reembolsáveis às estruturas responsáveis pela produção e abastecimento de água e serviços de saneamento.