A investigadora, mestre em Química, falava no painel sobre “água na relação com os alimentos na agricultura: oportunidades, desafios e perspectivas para o desenvolvimento futuro”, no painel dedicada à "utilização de água numa agricultura sustentável”.
“Temos de pensar na demanda da água sem deixar também a parte de segurança alimentar e da saúde pública. Defendo sempre e ando a defender que nós devemos pensar mais como usar a água residual num todo. Ou seja, a quantidade, a qualidade e a segurança alimentar” destacou Maria dos Anjos Lopes.
A docente da Uni-CV refere que as Estações de Tratamento de Água Residuais (ETAR) não estão apetrechadas para darem garantias de uma boa qualidade da água para o uso agrícola. Há estações que reutilizem a água e os agricultores usam essa água na rega dos produtos sem noção dos paramentos de qualidade.
“Eu estou a dizer isso porque nas minhas investigações eu ando sempre perto de alguns agricultores a perguntar se sabem quais são os parâmetros de qualidade. Respondem, 'minha senhora, eu tenho água, preciso de produzir e uso água'”, explicou.
Por causa disso, a investigadora sustenta a necessidade de se melhorar a eficiência de tratamento, porque “além de um tratamento secundário”, é preciso um tratamento terciário para eliminar os microrganismos” todos para que ela possa ser usada na agricultura.
“Somente um tratamento secundário não dá garantias com parâmetros de qualidade aceitável para o uso agrícola”, justificou.