Direito de Resposta da CMP

PorExpresso das Ilhas,25 jun 2019 8:42

Direito de Resposta da Câmara Municipal da Praia à notícia «Electrocussão de cães "é indigna de um país como Cabo Verde" - Provedora dos Animais de Lisboa»

Na sequência do artigo publicado no vosso site, dia 19 de junho, com o título “Electrocussão de cães "é indigna de um país como Cabo Verde" - Provedora dos Animais de Lisboa”, venho através desta expor o seguinte

1. Gostaríamos de agradecer a si e a associação que representa, pela preocupação manifestada relativamente aos cães errantes no Município da Praia e ao mesmo tempo pelo apoio que se disponibilizou em dar para a resolução de forma “civilizada” desse complexo e grave problema, que longe de estar associado somente ao nosso município, é hoje um problema que se pode dizer de âmbito nacional. 

2. O Município e a Cidade da Praia têm neste momento milhares de cães errantes, que vivem nas ruas e campos, sem donos, que normalmente comem dos contentores de lixo ou até mesmo, para poderem sobreviver matam outros animais como cabras, ovelhas etc. 

3. Os problemas criados por esses cães, de ordem de Saúde Pública, segurança das pessoas, principalmente de crianças e mesmo circulação livre dos cidadãos nas ruas da cidade têm sido críticos. Queixas quase que diárias de cidadãos que foram atacados ou que não conseguem dormir na rua, têm sido uma constante. 

4. A CMP gere uma cidade, que tem muitos desafios e um deles é criar um clima de bem-estar e é nesse sentido que tem desenvolvido um programa que visa diminuir drasticamente o número de cães errantes por um lado, e por outro criar condições para que os cães que vivem nas ruas possam ter o mínimo de qualidade de vida. 

5. A CMP com o apoio da Associação Bons Amigos, tem desenvolvido um programa em vários bairros da capital que consiste em, castrar, desparatizar e cuidar da saúde básica dos cães de rua, através de campanhas de sensibilização das populações nesses bairros, pois a CMP sabe que essa é a única forma de num futuro próximo não ter cães de rua a viver na situação em que hoje vivem e mesmo de acabar com essa forma indigna de vida de animais nesse caso de cães. 

6. Em poucos meses e em 6 Bairros da Capital já castramos 1619 cães, foram desparatizados 2430 e registados 1045 cães errantes com um brinco para os identificar. Há um programa de acompanhamento já implementado. De se salientar, que nos bairros onde chega esse programa a CMP proíbe a apanha e o abate de cães.

7. Estamos nesse momento a terminar um programa digital que vai obrigar a todos os donos dos cães a registarem os seus animais que podem receber um chipe com as informações necessárias. 

8. Se por um lado, temos esse programa que gostaríamos de levá-lo a todos os bairros da Cidade, com uma campanha de castração massiva, e já agora contamos com o vosso apoio para essa campanha, por outro lado, vimo-nos obrigados a ter que abater cães. O número ultrapassa o sustentável, principalmente quando começam a atacar as pessoas e outros animais, a impedir que as pessoas que trabalham possam dormir um sono tranquilo, longe do latido de matilhas, circular livremente pelas ruas da cidade sem se sentirem ameaçadas. Senhora Provedora dos Animais de Lisboa, essa política tem tido resultados bastante positivos. Se em 2016, abatemos uma média diária de 7 cães/dia, em 2017 baixou para 5 cães dia, em 2018 4 cães/dia e até este momento temos a média de 2 cães/dia e certamente até ao fim de ano com as campanhas de castração mais alargadas baixaremos e muito essa cifra. 

9. Senhora Provedora, na Praia não queremos abater os cães errantes. Quando somos obrigados a repor algum equilíbrio no número de cães errantes, não o fazemos por motivos culturais, desportivos nem como espetáculos público, onde as pessoas vão aplaudir a morte desses animais. Fazemo-lo constrangidos e contrariados. O programa de castração iniciado dá-nos esperanças de conseguir contornar e resolver a questão de cães errantes pois como vê, estamos sensibilizados e ansiosos a espera do vosso apoio, não para o abate de cães, mas sim para uma grande campanha de castração que queremos fazer. 

10. A CMP assume todas as despesas de estadia dos veterinários e pessoal de apoio (alimentação e alojamento), transporte interno, pessoal de sensibilização e de recolha de animais para a castração, espaço, campanhas de publicidade etc etc. Da vossa parte esperamos receber os veterinários e os materiais e equipamentos. 

11 .Aproveitamos para manifestar o nosso apoio e solidariedade, a vossa instituição na luta contra o abate de touros em pleno espetáculo, na presença de milhares de pessoas e muitas vezes com transmissão televisiva direta, ou mesmo logo a seguir e depois de um longo e cruel sofrimento provocado por lanças no pescoço do touro. Consideramos que em pleno século XXI, esse elemento “cultural” como muitos defendem, é indigno de países que o praticam e que fazem parte de um dos continentes mais desenvolvidos do mundo. 

12. Aguardamos o vosso contacto. O que solicitamos nos parece estar ao vosso alcance, pois estamos ansiosos para programar com o vosso apoio, o alargamento de campanhas de castração, desparatização de cães errantes e a sensibilização da população a todos os bairros da cidade, o que certamente terá um impacto na qualidade de vida de todos: de nós os humanos, dos cães e outros animais que merecem ter uma vida feliz.

Praia, 24 de junho de 2019. 

O Vereador do Saneamento, 

António Lopes da Silva

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Autoria:Expresso das Ilhas,25 jun 2019 8:42

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  26 jun 2019 7:13

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