José Rui Neves deixa comando da 1ª região militar com críticas à gestão financeira das Forças Armadas

PorLourdes Fortes, Rádio Morabeza,14 ago 2019 14:38

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O tenente-coronel José Rui Neves fez hoje a passagem de comando da 1ª região militar, em São Vicente. O major fuzileiro Alberto Teixeira assume a partir de agora os destinos da instituição militar. A tomada de posse oficial acontece esta sexta-feira.

Ao fazer um balanço dos quatro anos de comando, José Rui Neves afirma que deixa o cargo com o sentido de “dever cumprido”, mas acredita que seria possível fazer muito mais, com "melhores condições”.

De acordo com o comandante cessante, apesar dos ganhos, as dificuldades, nomeadamente, a nível orçamental e no défice de pessoal, condicionaram a missão.

“Temos uma instituição cujo orçamento vem diminuindo em progressão geométrica a cada ano. Deixo este comando com um défice enorme de pessoal, principalmente o pessoal dos quadros permanentes, que pelo vínculo com a instituição, e por razões de segurança, devem ser nomeados para os cargos mais sensíveis. O fundo privativo que suportava o orçamento de funcionamento nas rubricas deficitárias, com a entrada no SIGOF [Sistema Integrado de Gestão Orçamental e Financeira], deixou de existir”, aponta. 

José Rui Neves recorda que cada instituição tem as suas especificidades e que “não estamos a falar de uma empresa privada”, mas de uma instituição o que “exige o sacrifício do bem mais precioso do ser humano, a sua vida”.

“Se é compreensível que o Estado deve ter o controlo das suas receitas, a fim de as distribuir de acordo com as necessidades, as Forças Armadas, pela sua especificidade e capacidade de resposta, não podem ficar reféns da cabimentação para cumprir uma missão, sob pena de falhar na hora em que o país mais precisa dos militares”, alerta.

A nível de ganhos, o comandante cessante destaca a assinatura de um protocolo de formação com as universidades, que permitiu a uma dezena de militares concluir o ensino superior.

“Também foram criadas condições para que os soldados que ingressam nas fileiras das Forças Armadas pudessem estudar e assim concluir o 10º ano", observa.

"Pela primeira vez na história das Forças Armadas, foram criadas condições que permitem aos soldados beneficiarem de cinco refeições por dia”, acrescenta.

A criação de cursos de nadadores-salvadores, combate a incêndios e primeiros socorros, ministrados duas vezes ao ano, em parceria com os bombeiros de São Vicente, “permitindo aos soldados ingressarem na Protecção Civil nas suas ilhas de residência”, são outros ganhos apontados.

José Rui Neves recorda que “assumiu o comando em circunstâncias difíceis, não por culpa do seu antecessor, e que com espírito de missão conseguiu-se ultrapassar desafios”.

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Autoria:Lourdes Fortes, Rádio Morabeza,14 ago 2019 14:38

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  8 mai 2020 23:20

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