Cabo Verde é o país africano mais bem preparado para enfrentar crime organizado - Enact

PorExpresso das Ilhas, Lusa,25 set 2019 7:36

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​Cabo Verde é o país africano mais bem preparado para enfrentar o crime organizado, de acordo com um relatório do projecto Enact, financiado pela União Europeia (UE), hoje divulgado.

De acordo com a primeira edição do “Índice de Crime Organizado do Enact - Melhorar a Resposta de África ao Crime Organizado Transnacional”, com dados relativos a 2018, Cabo Verde obteve uma média de 6,54 pontos no indicador de resiliência, que calcula, através de vários parâmetros, a capacidade de resposta ao crime organizado.

"A pontuação de resiliência reflecte a existência, capacidade e eficácia da resposta do país ao crime organizado. A capacidade de resiliência e a eficácia são avaliadas num esforço de analisar o nível a que os estados estabeleceram os quadros legais, políticos e estratégicos apropriados para responder ao crime organizado", refere o relatório, hoje divulgado em Nova Iorque.

Para se chegar a este valor, são classificados 12 parâmetros: liderança política e governação, transparência governamental e responsabilização, cooperação internacional, políticas e leis nacionais, sistema judicial e detenção, execução da lei, integridade territorial, sistemas anti lavagem de dinheiro, ambiente de regulação económica, apoio a vítimas e testemunhas, prevenção, e agentes não estatais.

Calculando a média dos valores alcançados nestes parâmetros, Cabo Verde atingiu os 6,54 pontos (numa escala entre um e dez), liderando o continente neste aspecto.

Quanto aos restantes países lusófonos, Angola alcança os 4,33 pontos (19.º lugar), São Tomé e Príncipe totaliza 3,79 pontos (28.º), Moçambique soma 2,83 pontos (38.º), Guiné-Bissau contabiliza 2,67 pontos (42.º) e a Guiné Equatorial, o último lusófono do 'ranking' (48.º, 'ex-aequo' com o Chade), obteve 2,04 pontos.

Os autores do índice referem, no entanto, que "ter uma alta pontuação de resiliência não significa que um país vá ter baixos níveis de crime organizado".

A publicação acrescenta que "se um país tem baixos níveis de crime organizado não significa necessariamente que seja afectado por altos níveis de actividade criminal organizada", mencionando vários exemplos.

O relatório exemplifica com os casos da África do Sul, que apresenta uma forte criminalidade (6,16) e uma forte resiliência (5,58), ou da Líbia, palco de forte criminalidade (6,26) e fraca resiliência (2,13).

Da mesma forma, aponta também o caso da Guiné Equatorial, com baixa criminalidade (3,53) e baixa resiliência (2,04), e o de Cabo Verde, com baixa criminalidade organizada (3,74) e forte resiliência (6,54).

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,25 set 2019 7:36

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  26 set 2019 8:13

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