Os prémios, nas categorias Música, Património Cultural e Biodiversidade são atribuídos pelo Festival homónimo, e serão entregues no próximo dia 30, no Centro Cultural de Campo Maior, no Alto Alentejo.
Cada distinguido recebe uma peça de autoria da artista plástica Tânia Gil. Na cerimónia de entrega está prevista a actuação de Carmen Liñares, acompanhada à guitarra flamenca por seu filho, Eduardo Espin Pacheco.
“O conceito do prémio radica na ideia de juntar as três valências do Festival Terras Sem Sombra: a música, o património e a biodiversidade, salientando contributos importantes nestas áreas. É uma forma de dar ao evento um encerramento agregador. Este ano dá-se o alargamento da iniciativa a Cabo verde, um país com o qual Portugal mantém grandes afinidades. Acresce a aproximação a Espanha”, disse à agência Lusa António Ressano Garcia Lamas, presidente do Conselho de Curadores do festival.
Carmen Liñares, de 68 anos, vence na categoria Música, e é apresentada como “uma lenda viva” do flamenco, “referência para toda uma geração de artistas espanhóis”, tendo atuado com diversas orquestras sinfónicas.
Da sua discografia destaca-se “Antologia de la Mujer el Cante”, “Populares de Lorca“ e “Verso a Verso”, editado este ano.
A cantora, natural da província andaluza de Jaen, junta o Prémio Terras sem Sombra/Cultura aos já recebidos, como a Medalha de Prata da Andaluzia (1998), a Medalha de Ouro de Belas Artes (2006) e os dois Prémios da Música de Espanha (2002 e 2011).
Na categoria Património Cultural o distinguido é o arquitecto João de Almeida, de 92 anos, “com uma longa carreira nas áreas da arquitectura e da pintura".
O comunicado realça as funções de administrador e consultor museográfico, que desempenhou na Fundação Medeiros e Almeida, em Lisboa, criada, em 1973, por um tio seu.
“Em anos recentes, dedicou-se ao desenho e à pintura. Executa peças de grande formato, predominantemente a preto e branco, inspirando-se na paisagem da orla costeira portuguesa”, lê-se na informação enviada à agência Lusa.
João de Almeida foi discípulo de Leopoldo de Almeida e Lagoa Henriques.
O Prémio Terras Sem sombra na área da Diversidade vai para o Jardim Botânico Grandvaux Barbosa, na ilha cabo-verdiana de Santiago.
O jardim reúne “mais de 69 espécies diferentes” e nasceu da ideia do biólogo Gilberto Caridoso de Matos, cooperante português que leccionou na Escola de Educação de Cabo Verde, recorda a organização do prémio e do festival Terras sem Sombra.
Este jardim tem a missão de obter e climatizar uma colecção de plantas endémicas e outras do território, para fins científicos e de visita.
As diferentes iniciativas da edição deste ano do festival, que se estendeu de 26 de Janeiro a 07 de Julho, mobilizaram mais de 23.000 pessoas, segundo os dados da organização.
O Festival Terras sem Sombra regressa ao Alentejo no próximo ano.