É algo inédito, até pela sua dimensão. Na passada semana, 42 brasileiros, missionários e voluntários de ONGs, 15 deles em trânsito, foram retidos à entrada em Cabo Verde. Entretanto, todos foram liberados, mas, até esclarecimento das regras sobre esses “processos migratórios sejam elucidados pelas autoridades cabo-verdianas”, o Brasil desaconselha viagens de cariz religioso ao arquipélago.
O primeiro caso ocorreu na segunda-feira, 13, Dia da Liberdade e Democracia e feriado nacional. Um grupo de viajantes foi retido e constaram-se, efectivamente algumas deficiências documentais, relata fonte da embaixada. Contudo, por norma, essas deficiências nunca haviam sido motivo para a retenção.
A partir de quarta-feira, e com um “pico” na sexta-feira”, outros grupos em missões ligadas a igrejas evangélicas, foram igualmente retidos.
Essa retenção expressiva de brasileiros, todos em missão de carácter religioso, incluindo voluntários ONGs ligadas a igrejas, levou o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, através do Portal Consular Itamaraty, a emitir um alerta, desaconselhando essa viagens, até segundo aviso.
O anúncio foi difundido igualmente pela Embaixada do Brasil em Cabo Verde.
Conforme fontes diplomáticas, o aviso é essencialmente uma “medida de segurança para evitar problemas”. Pretende-se o esclarecimento de todos os requisitos e procedimentos impostos pela lei de Cabo Verde para poder avisar a comunidade sobre os mesmos, para que tudo decorra de forma tranquila.
Em suma, visa-se perceber se há algum desrespeito à lei migratória do país, para poder informar atempadamente os seus cidadãos sobre os requisitos necessários e procedimentos adequados, evitando que situações como esta se repitam.
Ao longo dos anos, milhares de brasileiros, missionários evangélicos e de outras religiões, têm entrado em Cabo Verde sem que haja registo de qualquer incidente.
Contactada pelo Expresso das Ilhas, a direcção Nacional de Estrangeiros e Fronteiras diz estar a recolher informações sobre o sucedido.