As novas medidas foram anunciadas pelo Primeiro-ministro, na sua Declaração ao país, feita esta manhã no Palácio do Governo.
A comunicação foi feita, após reunião, ontem, o gabinete de crise.
Assim, foi anunciado que o país entra agora numa nova fase de combate à pandemia de COVID-19, elevando-se assim o nível de contingência da Protecção Civil para a situação de risco de calamidade.
“Em consequência”, explicou o primeiro-ministro, a partir de amanhã “são encerrados todos os serviços e empresas públicas, em todo o território nacional”.
“Conforme as situações permitirem, pode-se recorrer ao teletrabalho e ao trabalho a partir de casa, mas em nenhuma circunstância ficarão os trabalhadores prejudicados no seu vínculo laboral e no seu salário”.
Fora desta medida de encerramento, ficam, como explicou Ulisses Correia e Silva, “os serviços públicos essenciais e imprescindíveis nos domínios da saúde, da segurança e da protecção civil, serviços portuários e aeroportuários, serviços urgentes de registo nacional de identificação civil e serviços urgentes dos tribunais judiciais e outros que serão aprovados por Resolução do Conselho de Ministros ainda hoje”.
Quanto às escolas, vão manter-se encerradas até ao dia 17 de Abril.
Outra das medidas anunciadas pelo primeiro-ministro foi a da suspensão das ligações aéreas interilhas de passageiros. "Exceptuam-se os voos e ligações marítimas realizados para fins sanitários, de protecção civil, evacuação de doentes, situações de emergência, deslocação de técnicos e pessoal para serviços inadiáveis e imprescindíveis e outras situações excepcionais devidamente autorizadas pela autoridade de protecção civil e mediante controlo sanitário", apontou Ulisses Correia e Silva.
Nos transportes marítimos, excepção é feita às ligações marítimas para o transporte de mercadorias e para o normal abastecimento do mercado através de barcos comerciais e de pescas. "A vigilância marítima vai ser reforçada para evitar e reagir à violação das medidas restritivas no transporte marítimo", alertou o primeiro-ministro.
Já nos transportes públicos rodoviários a decisão é para que estes, seja urbanos ou interurbanos de passageiros, reduzam "a frequência de circulação e a lotação para metade".
Quando aos mercados municipais de venda de produtos agro-alimentares "deverão funcionar com um número reduzido de vendedores" que será determinado pelas câmaras municipais. "A venda ambulante de produtos nas ruas fica expressamente proibida", avisou o primeiro-ministro.
A terminar, Ulisses Correia e Silva disse ainda que esteve reunido esta manhã com o Presidente da República e que durante o encontro Jorge Carlos Fonseca afirmou estar a ponderar a declaração do Estado de Emergência em Cabo Verde. Esta medida, a ser aprovada, irá permitir ao Governo reforçar as medidas de prevenção, "nomeadamente a obrigatoriedade legal de as pessoas permanecerem em casa, o encerramento de serviços e empresas privadas e a obrigatoriedade acrescida do dever de colaboração com as autoridades sanitárias e de protecção civil".
“O governo apoia” esta decisão do Presidente da República, avançou Ulisses Correia e Silva durante a declaração.