“No quadro dos projetos REFLOR e Bio-Tur, estão disponíveis para distribuir aos agricultores 72 mil plantas florestais, forrageiras, endémicas e fruteiras”, anunciou a diretora-geral da Agricultura, Silvicultura e Pecuária, Eneida Rodrigues, em conferência de imprensa, na cidade da Praia, sobre a preparação do novo ano agrícola.
REFLOR CV é um projecto de reforço da capacidade de adaptação e resiliência no sector florestal, cofinanciado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e pelo Governo, no valor de mais de cinco milhões de euros, e com o apoio da União Europeia.
Já o Bio-Tur é um projecto de biodiversidade no turismo implementado pelo Ministério da Agricultura e Ambiente e cofinanciado pelo Fundo Global para o Ambiente, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e pelo Governo.
Ainda segundo aquela responsável governamental, os serviços têm disponível, nos diferentes viveiros, um total de 91 mil plantas fruteiras e forrageiras e 18,5 mil plantas de feijão congo, que poderão ser adquiridas pelos agricultores por um preço acessível.
A mesma fonte revelou que o Ministério da Agricultura e Ambiente tem disponíveis 13 toneladas de sementes de feijões e cerca de 85 toneladas de sementes de milho para disponibilizar aos agricultores.
Além disso, está em processo de aquisição mais 84 toneladas de sementes para reforçar a disponibilidade local de milho e feijão, bem como sementes forrageiras, milho e feijões e de matérias vegetais de variedades locais adaptadas, como estacas de batata doce (80 mil) e de mandioca (40 mil), produzidas pelo Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário (INIDA).
Na conferência de imprensa, Eneida Rodrigues revelou que as informações disponibilizadas pelo Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica, baseadas nas previsões internacionais do Centro Africano de Aplicação Meteorológica para o Desenvolvimento (ACMAD) e Centro Regional de Formação e Aplicação em Agrometeorologia e Hidrologia Operacional (AGRHYMET), indicam que há uma “grande probabilidade” de as chuvas ocorrerem dentro do padrão normal em todo o arquipélago.
Prevendo que as primeiras chuvas poderão cair em meados de Julho, a directora-geral da Agricultura, Silvicultura e Pecuária indicou que o Ministério está a levar a cabo um conjunto de acções no sentido de promover uma boa campanha agrícola de sequeiro.
A responsável aproveitou para apelar aos agricultores para evitarem a prática de queimadas, lembrando que “causam sérios danos ao solo e às plantas”, e pediu para colaborarem com as autoridades na identificação e combate das pragas, e a manter os animais confinados.
Por sua vez, a presidente do INIDA, Ângela Moreno, garantiu que a instituição está preparada para fazer face a qualquer tipo de pragas, seja de gafanhoto ou da lagarta-do-cartucho do milho, esperando fazer uma luta biológica.
Cabo Verde está a viver três anos consecutivos de seca, levando o Governo a mobilizar 10 milhões de euros juntos de parceiros internacionais para mitigar os efeitos.