O grupo, constituído por seis nacionais e um cubano residente em Cabo Verde, permanece em Banjul, e diz ainda não ter recebido qualquer tipo de apoio por parte das autoridades cabo-verdianas.
Informação confirmada à Rádio Morabeza por Jorge Andrade, um dos cidadãos retidos.
“Falámos com a embaixada de Cabo Verde no Senegal, pediram-nos a fotocópia dos nossos documentos para a resolução da nossa situação. Foi-nos dito que, em princípio, tinha um voo para o nosso regresso, em que teríamos que ir até Dakar e seguíamos viagem via Guiné Bissau, onde estavam mais pessoas que deveriam regressar a Cabo Verde. Ficámos a espera”, declara.
A bordo, neste momento, o grupo, que tem passado privações, dispõe apenas de um saco de arroz. Jorge Andrade fala numa situação difícil.
“Não temos nenhum tipo de apoio. No princípio, quem nos apoiava eram os responsáveis pelo navio, mas a dada altura o dinheiro acabou. Eu comecei a usar o meu dinheiro, só que infelizmente também já acabou. Estamos aqui nesta situação, a embaixada não faz nada. Há dias ligaram-nos da embaixada a dizer que o Ministério dos Negócios Estrangeiros pediu para entrarem em contacto connosco mas ‘foi conversa para boi dormir’. Daqui a nada deverão abrir a fronteira mas não conseguimos aguentar até lá”, acrescenta.
“Ontem cozinhámos com água das chuvas, já não temos água no navio. Estamos mal, não temos nada no navio. Não temos alho, nem cebola, apenas um saco de arroz”, refere.
As fronteiras de Cabo Verde poderão ser reabertas em Agosto. Até lá, o grupo pede apoio financeiro, para que possa assegurar as necessidades básicas.
“Para a estadia, estamos no navio. A única coisa que pedimos é que nos ajudem com algum dinheiro, mesmo que seja para ressarcir alguma coisa, para que possamos aguentar os dias até que as fronteiras sejam abertas e regressarmos à casa”
Contactado pela Rádio Morabeza, o Ministério dos Negócios Estrangeiros remeteu para esta tarde uma reacção ao caso.