De acordo com a informação prestada pelo ministro do Turismo e dos Transportes, Carlos Santos, estas decisões resultam da 64.ª reunião da comissão regional africana da OMT (agência das Nações Unidas), que decorreu de 02 a 04 de Setembro, na ilha do Sal, com cerca de 200 participantes de 30 países.
“Foi uma reunião que trouxe resultados positivos para Cabo Verde do ponto de vista político porque, em primeiro lugar, renova o mandato na comissão executiva, que é o órgão máximo executivo da organização, e isto reforça o papel de Cabo Verde enquanto pequena nação que busca naquilo que é a utilidade das relações internacionais estar presente e fazer-se presente”, destacou.
O turismo representa cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) de Cabo Verde, com um recorde de 819 mil turistas em 2019, mas o sector está praticamente parado desde Março de 2020, devido às restrições impostas com a pandemia de COVID-19.
A indicação dos países africanos, aprovada no Sal, para um novo mandato de Cabo Verde no Conselho Executivo da OMT, deverá ser ratificada na 24.ª Assembleia-Geral da OMT, a realizar em Marraquexe, Marrocos, de 30 de Novembro a 03 de Dezembro deste ano.
“É quase um dado certo que nós entregaremos esse órgão máximo por mais quatro anos”, afirmou Carlos Santos.
Em declarações à Lusa na cidade da Praia, ilha de Santiago, o governante explicou que após a realização desta reunião no Sal foi possível “reforçar as relações” com a OMT, através da assinatura de um protocolo, que já estava em preparação, para a criação da marca “Cabo Verde” pela Interbrand.
“É uma das empresas multinacionais com maior força e maior nome nessa área de criação de marcas. Isto é um grande passo, porque um dos calcanhares de Aquiles de Cabo Verde no turismo tem sido a promoção, e estamos apostados em cortar de vez com esta situação e inaugurar uma nova fase da promoção de Cabo Verde”, disse ainda.
Acrescentou que também já está concluído um plano de marketing para essa promoção externa e que a criação da marca, através deste protocolo com a OMT, “será mais um elemento essencial” para “relançar” o turismo em Cabo Verde.
“Temos também neste protocolo a oportunidade de criar uma delegação da OMT (…) Cabo Verde é um dos países africanos que se está a candidatar para ter essa delegação. Fizemo-lo cientes de que tendo uma delegação da OMT estaremos a apostar provavelmente em aproximar esta organização dos empresários. E isto significa facilitar aquilo que é o financiamento dos projecto”, explicou o ministro Carlos Santos.
“Nós temos falado sempre na necessidade de criar uma classe empresarial nacional atrelada ao setor do turismo e é isso que estamos em busca, de criar cada vez mais outras portas de financiamento para os nossos empresários e é com esse objectivo que nos candidatamos”, acrescentou.
Paralelamente, decorreu no mesmo período, no Sal, o segundo Fórum Mundial da Organização Mundial do Turismo sobre o Investimento Turístico em África (FMITA).
Outro dos exemplos do que Carlos Santos diz ter sido o “sucesso” destas duas reuniões continentais envolve a preparação da instalação da Escola Superior de Indústrias de Aeronáutica e Aviação Civil, que terá a sua sede no Sal, integrada na Universidade Técnica do Atlântico.
“E já temos um protocolo para essa escola ser uma das antenas da Academia de Turismo que a OMT tem. São boas relações, são bons elementos que concluímos na nossa participação na reunião”, disse.
“Também do ponto de vista do nosso empresariado foi um momento de encontro com aquilo que são as instituições financeiras, agentes da área da hotelaria, turismo, homens de negócios e grandes cadeias que lá estiveram presentes. E isso cada vez mais é estender ou alargar a carteira de contactos que nestes momentos são determinantes”, afirmou o ministro cabo-verdiano.
Outra das conclusões desta reunião foi a escolha do ministro do Turismo da Costa do Marfim, Siandou Fofana, como o novo presidente da Comissão Regional da Organização Mundial do Turismo para a África.