De acordo com o mais recente relatório de tráfego da Enapor, empresa pública responsável pela gestão dos nove portos do arquipélago, o registo de Outubro continua a evidenciar a recuperação das fortes quebras desde Abril de 2020, quando as viagens interilhas de passageiros foram condicionadas pelas medidas para conter a pandemia de COVID-19.
A CV Interilhas, liderada (51%) pela portuguesa Transinsular, do grupo ETE, detém a concessão do serviço público de transporte marítimo de passageiros e carga, por 20 anos, actualmente a única empresa a operar neste sector no arquipélago, admitiu anteriormente que a pandemia representou uma quebra de 30% na actividade em 2020.
Em Outubro, o movimento no Porto Grande representou 36% do total, e no Porto Novo 31,7%, respectivamente nas ilhas vizinhas de São Vicente e Santo Antão. O Porto da Praia, registou uma quota de 10,9% do total, com um movimento que caiu para 10.261 passageiros, indica o relatório da Enapor, a que a Lusa teve acesso.
Ainda em Outubro, os portos movimentaram 580 escalas de navios, menos 9,1% face a Setembro e 6,2% acima do registado em Outubro de 2020.
Já o movimento de mercadorias caiu 15,4% face ao mês anterior, para 192.563 toneladas, ainda ligeiramente acima do registado em Outubro de 2020.
Os portos movimentaram em 2020 um total de 757.011 passageiros, uma quebra de quase 30% face ao ano anterior, explicada com os efeitos da pandemia da COVID-19, que obrigou à suspensão das ligações interilhas.
De acordo com o relatório de tráfego anual elaborado pela Enapor, no espaço de um ano foram transportados menos 314.249 passageiros (-29,3%).
As ligações marítimas de passageiros foram totalmente suspensas pelo Governo entre final de Março e meados de Maio de 2020, com o estado de emergência, para conter a transmissão da COVID-19.
Desde 03 de Setembro de 2020 que os navios que garantem essas ligações interilhas podiam usar até 75% da lotação nas viagens superiores a três horas e meia, contra os 50% estipulados desde a retoma do serviço em maio, devido à pandemia de COVID-19, conforme previsto numa resolução do Conselho de Ministros.
Essas restrições foram totalmente levantadas em Agosto, por decisão do Governo, face ao avançado processo de vacinação contra a COVID-19, obrigando os passageiros à apresentação de teste negativo ou certificado de vacinação.