Artur Correia reagiu assim à decisão do Governo em alargar por mais três meses a situação de alerta epidemiológica no país, numa entrevista à RCV.
O ex-director Nacional da Saúde defendeu uma vigilância permanente mas com medidas ainda mais alargadas e sublinhou que o alargamento por mais três meses de situação de alerta não faz sentido. “A gente foi muito maltratada pela COVID-19 e felizmente conseguimos reagir e aguentar muito bem, tivemos uma óptima prestação desde início da pandemia até este momento”.
Para Artur Correia agora é necessário mudar o chip para a retoma e não para a COVID-19. “Temos que mudar o chip. O chip agora não é COVID-19, é manter a vigilância, alerta e estar sempre a acompanhando, através da vigilância epidemiológica nacional e internacional, mas penso que precisamos mudar ainda mais. O chip deve estar cada vez mais virado para a retoma e não para a COVID-19”.
“As grande medidas já foram levantadas quase todas, as restrições já foram praticamente todas levantadas, o que é bom, porque o país precisa respirar a retoma cada vez mais, mas penso que mais três meses é um bocado exagerado, penso que podia ser um bocadinho mais curto”, frisa.
Conforme realçou, o país está com uma boa taxa de vacinação, e para além da taxa de vacinação há a imunidade adquirida através da infecção. “Lembro da infecção por Ómicron que foi largamente espalhada na população e que em virtude disto já existe uma imunidade. Digamos que as condições favoráveis estão todas criadas, pelo que o tempo poderia ser um bocadinho mais curto”.
De sublinhar que o Governo, através da resolução do Conselho de Ministros decidiu colocar o país por mais três meses em situação de alerta.
Neste sentido, nos próximos três meses mantém-se a exigência de utilização de máscara em espaços fechados de atendimento ao público, “excepto em discotecas”, neste caso com acesso – tal como a actividades culturais, artísticas ou recreativas - dependente da apresentação de certificado COVID-19 de vacinação ou teste de despiste negativo, refere a mesma resolução.
Mantém-se igualmente a exigência de apresentação de certificado de vacinação completa contra a COVID-19, de recuperação ou teste de despiste negativo para as viagens internacionais com destino a Cabo Verde, com exceção de crianças até 12 anos, o mesmo acontecendo com as viagens inter-ilhas.
Já, a partir do dia 15 deste mês será exigido o certificado COVID-19 com as duas doses da vacina mais a dose de reforço.
“As pessoas que não tomarem a dose de reforço, todas as vezes que precisarem de ir a algum evento onde se exige o certificado ou se vai viajar, terão de fazer testes”, avisou o director Nacional da Saúde, Jorge Noel Barreto na semana passada, na habitual conferência de imprensa sobre a situação epidemiológica no país.
De acordo com a última actualização, o país conta com 14 casos activos, 55504 recuperados, 401 óbitos, 43 óbitos por outras causas e 9 transferidos, perfazendo um total de 55972 casos positivos acumulados.