Marcília Fernandes, que falava à Inforpress sobre as eleições para os órgãos sociais da OFCV a ter lugar a 30 de Abril e às quais se recandidata, apontou ainda a formação e especialização como maior desejo da ordem que quer também ter mais profissionais da área a trabalhar no sector público.
“A nossa prioridade para este mandato é continuar a insistir na valorização dos farmacêuticos, que apesar de ter um estatuto e ordem, ainda é pouco valorizado, pelo que continuaremos a insistir de que para exercer a profissão deve estar inscrito na ordem, assim como a contratação de mais farmacêuticos no sector público, particularmente, na atenção primária”, disse.
Ainda segundo a bastonária da OFCV, a ordem entende que nas farmácias dos hospitais e centros de saúde deve existir, pelo menos, um farmacêutico responsável pelo medicamento e não que esteja sob o comando de um médico ou enfermeiro.
Com esta situação, segundo disse, os farmacêuticos têm-se mostrado “desinteressados” pela carreira e até têm seguido outros rumos no exterior onde vão para formar ou especializar-se.
“É preciso que se crie condições para que o farmacêutico desempenhe as suas funções e que sua profissão seja valorizada com a integração no sistema nacional de saúde e em equipas multidisciplinares”, afirmou, sublinhando que ninguém quer trabalhar a sua vida toda sem ver desenvolver a sua carreira.
Refere ainda, que o facto de o sector público ter vindo a absorver poucos profissionais da área tem contribuído para a inexistência de uma carreira farmacêutica e pela pouca participação dos farmacêuticos na pesquisa.
Quanto aos contratempos que a OFCV teve com a pandemia, afirmou que a organização teve neste período de adaptar-se, nomeadamente com partilha de experiências de forma virtual, assim como assistência à população lá onde foi necessária.
“Tivemos que adaptar o nosso plano de actividades para acompanhar o momento que estava sendo vivido com a situação da COVID-19. Neste momento estamos a renovar a candidatura para mais um mandato para podermos recuperar o plano de actividades e introduzir outras acções para os próximos três anos”, acrescentou.
A Ordem dos Farmacêuticos de Cabo Verde (OFCV) é uma associação pública profissional que representa os farmacêuticos que exercem a profissão no País e conta com cerca de 140 inscritos efectivos, sendo que a maioria trabalha no privado.