Brava: Operadores turísticos e económicos clamam pela resolução da situação das viagens de e para ilha

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,22 abr 2022 7:41

Os operadores económicos e turísticos bravenses demonstraram-se inconformados com a irregularidade das viagens marítimas para a ilha, questionando quem vai arcar com as consequências que tal situação está a causar.

Em declarações à imprensa, António de Pina, um empresário bravense ligado a vários sectores de actividades, alertou para a necessidade de “um sistema de transporte regular, que não falhe e que serve a população bravense na hora”.

Segundo a mesma fonte, a classe está a enfrentar diversas dificuldades e com muitos prejuízos, devido à instabilidade das viagens para passageiros e cargas, reforçando que o seu “maior sonho e de muitos é que os bravenses deixem de falar do problema de transporte para a Brava”.

“Desde que nasci temos este problema e os sucessivos Governos mudam com a promessa de melhoria, mas a situação permanece”, apontou o empresário, realçando que é “preciso parar com esta situação porque já está a ultrapassar os limites”.

“Brava não pode continuar sem segurança e garantia de transporte. Porque não faz sentido esta situação de isolamento permanecer ainda em 2022”, considerou António de Pina, sublinhando que a questão já está a “tornar aborrecida e crónica”, não só para a população, mas também para os operadores económicos.

António de Pina realçou que há períodos em que tudo decorre dentro da normalidade, mas logo de seguida volta-se à estaca zero, chegando ao ponto neste momento de a ilha passar três noites sem barco no porto.

Na área turística destacou também que os prejuízos são vários, contando que neste momento as pessoas ficam com receio em fazer reservas ou mesmo agendar finais de semana na ilha porque chegar à ilha num sábado e sair na quarta-feira não é final de semana, mas sim férias.

“Qual o incentivo e a motivação que um empresário ou operador turístico terá em investir na Brava nessas condições?”, questionou, realçando que assim não se pode continuar, porque é desanimador.

Igualmente, Malu Santos, uma outra investidora na área turística demonstrou o seu descontentamento com esta situação, realçando que, além das irregularidades, muitas vezes não possui informações concretas sobre as viagens de entrada e saída para fornecer aos clientes.

E este “descontrolo” está a prejudicar o funcionamento do seu negócio porque não consegue fazer planeamento e nem mesmo os seus clientes se arriscam vir à ilha passar um final de semana e correr o risco de perder o voo na terça-feira, devido a incumprimento da escala de viagens de saída da Brava.

Por seu turno, José Baptista, um comerciante bravense considerou que esta situação se configura a uma exclusão da Brava do nível de desenvolvimento do país, apelando à atenção do Governo para resolver esta situação.

Segundo a mesma fonte, além das irregularidades, os comerciantes enfrentam graves problemas com o transporte de mercadorias que nem sempre enviam a tempo e hora, mesmo que a ordem de embarque esteja feita e paga não há cumprimento da data, causando vários prejuízos, principalmente no tange ao transporte de frutas e outros produtos perecíveis.

Instado sobre esta situação, o presidente da Câmara Municipal da Brava, Francisco Tavares, disse comungar também desse mesmo sentimento, realçando que no início houve uma melhoria, mas que há cerca de um mês “estragou-se tudo” com o novo calendário e o incumprimento das viagens previstas de entrada e saída da Brava.

“Penso que já é tempo definitivamente de se colocar os pontos nos  is e oferecer à Brava aquilo que merece. Ter ligações quase que diárias da Brava para o Fogo e para a ilha de Santiago não considero um favor”, enfatizou o autarca, reforçando que a Brava já foi por demais prejudicada por esta situação e que todo o desenvolvimento da ilha se encontra condicionado ao transporte.

Defendendo a necessidade de haver estabilidade nas viagens, o edil indicou que até a semana passada, o barco saiu no sábado à tarde e voltou a entrar na terça-feira à noite e saiu na quarta-feira, o que considera como sendo demais.

Sendo assim, alerta para a necessidade de ter um calendário fixo que transmita segurança para os operadores turísticos, económicos e mesmo para a população.

Para o autarca, o ideal seria pelo menos cinco viagens semanais e que permita às pessoas entrar na ilha na sexta-feira à noite e sair na segunda-feira e que haja o cumprimento rigoroso do calendário das viagens e mesmo para a questão das ordens de embarque para os comerciantes.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,22 abr 2022 7:41

Editado porA Redacção  em  22 abr 2022 14:37

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