Em conversa com a Inforpress, Anita Santos assegurou que, nos últimos anos, tem havido pouca produção de sal, algo que tem vindo a preocupar os membros daquela cooperativa, bem como as mulheres que fazem a extracção daquele produto, considerado “importante” para a confecção de alimentos.
Conforme avançou aquela responsável, esta situação é do conhecimento das autoridades com responsabilidade neste sector, tanto a Câmara Municipal do Maio como o Direcção Nacional do Ambiente, visto que nos últimos anos tem havido menos entrada da água do mar na salina em comparação com a água das chuvas, que sozinha nem sempre é a melhor para a produção salina.
Com este cenário de pouca produção, Anita Santos fez saber ainda que “já lá vão dois anos que a água do mar, praticamente, não está a entrar na salina. O que mais entrou foi a água das chuvas, mas isto não nos tem garantido a quantidade suficiente para realizarmos o nosso trabalho, razão pela qual estamos praticamente a produzir abaixo do normal”, salientou.
“Desde o início da entrada em funcionamento da cooperativa que temos vindo a chamar a atenção, tanto da câmara municipal como da parte do Ministério do Ambiente, que era preciso uma intervenção, porque sem limpeza não seria possível produção suficiente, mas ninguém nos dá ouvido”, precisou.
A fonte da Inforpress disse, por outro lado, que o projecto da produção intensiva de sal, bem como do tanque de banho terapêutico delineado para a salinas de Porto Inglês não avançaram, e nem sequer foram informados sobre o real motivo da paralisação dos trabalhos, quando já se estava num processo bem avançado das obras.
Anita Santos adiantou ainda que foi financiado um projecto para a produção de flor de sal, mas no momento da execução dos trabalhos da construção dos canteiros, não foram consultados para darem as suas sugestões. Mesmo assim, acrescentou, alertaram os técnicos da edilidade sobre a melhor localização dos referidos canteiros, mas não foram tidos em conta.
Um outro aspecto que vem preocupando a presidente da Cooperativa de Sal do Maio tem que ver com a saída das trabalhadoras mais idosas e que devido à idade estão a deixar esta actividade, que tem tido pouca procura por parte dos jovens da ilha.
Explicou igualmente que o processo de compra e venda leva o seu tempo, porque a cooperativa faz a compra e pagamento de forma faseada, consoante a demanda do mercado, que, afiançou, tem sido “boa”. Mas disse temer que não vão poder dar resposta, nos próximos anos, se nada for feito neste sentido. Por isso aproveitou a ocasião para apelar às entidades com responsabilidade neste sector para fazerem alguma coisa.
“Para além disso, precisamos de alguns guardas para proteger a salina e também de melhor vedação, porque de quando em vez há pessoas que entram na salina e apanham pedra de sal e muitas vezes danificam os nossos materiais”, ajuntou.