A informação foi avançada à Inforpress pela coordenadora do projecto, Lara Gomez, durante uma campanha de limpeza promovida nos dois bairros, esclarecendo que serve como reforço no combate aos mosquitos transmissores de doenças.
“Esta tinta já foi testada nos laboratórios e num projecto-piloto pintamos o Centro Saúde de Tira Chapéu, a Universidade de Cabo Verde e uma escola, em Pensamento, e em seis meses constatamos que os mosquitos continuam a morrer”, explicou a responsável, avançando que o projecto estima pintar 300 casas nos dois bairros.
“Não sabemos que podemos chegar a este número, mas, pelo menos, queremos chegar a 100 casas por cada bairro. No fim do projecto faremos um acto grande para apresentar às autoridades, e que venha a fazer parte da estratégia da saúde cabo-verdiana “, apontou a responsável.
No entanto, esclareceu que a este projecto está inserido na estratégia da saúde pública ambiental, por isso a realização desta campanha de limpeza porque, conforme explicou, existem “muitos problemas de saneamento” nos bairros.
“Se há águas paradas nas ruas, bem como lixos, vamos ter sempre problemas de mosquitos, por isso, queremos mostrar que se mantermos os nossos bairros limpos, e com as casas pintadas com essas tintas, podemos evitar ser picados fora e dentro das nossas casas”, explicou Ana Gomez.
A escolha dos bairros da Várzea e de Tira-Chapéu, segundo a também coordenadora do grupo de investigação das Doenças Tropicais na Universidade Jean Piaget, deveu-se ao facto de terem um historial de foco de mosquitos.
O Projecto Tintaedes é coordenado pela Universidade Jean Piaget e conta com o apoio do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), a empresa de tintas Sita SA e Tintas inseticidas Inesfly, Delegacia de Saúde da Praia e Cimpor.
A tinta Inesfly a ser utilizada no projecto contém insecticidas que servem para matar mosquitos, aranhas, baratas e outros insectos, quer sejam rastejantes ou voadores.