Em declarações à imprensa, o administrador executivo do INSP, Júlio Rodrigues, que abordou o papel da promoção da saúde na luta contra as hepatites virais, realçou que falar de hepatites e dados é muito subjacente visto existirem vários tipos da doença que não são diagnosticados.
“Por isso, é preciso explicar que a hepatite é uma inflamação do fígado que resulta de infecções e de medicamentos, ou de questões como o álcool e outras que acometem o fígado. Neste seminário, estamos a falar de hepatites virais, porque no passado fizeram “festa” na saúde pública, mas neste momento há muitas respostas, inclusive a vacinação”, disse.
Neste caso, referiu sobre as hepatites B e C que se transmitem através da relação sexual desprotegida e doação de sangue e cujos dados revelam a existência de 30 a 40 novos casos por ano no país.
Estes dados, explicou, retratam as pessoas que procuraram o sistema de saúde com algum sintoma, tendo sido diagnosticado hepatite.
Porém, ressalta, a grande parte da hepatite, que está relacionada com os alimentos e saneamento básico, a A de transmissão fecal-oral e que pouco dá na vista, pode complicar-se sem sinais e sintomas de doença, daí a necessidade de se melhorar com controle e diagnóstico precoce, tratamento, incluindo vacinas.
Para a representante da OMS, Caroline Leite, que explanou o tema estratégias integradas de abordagens e diferentes frentes de luta, as hepatites B e C têm um forte impacto na saúde pública já que provocam consequências como cancros de fígado ou cirrose que levam à morte.
“Em Cabo Verde temos 300 casos de hepatites no seu todo, mas na região africana uma boa parte da população não conhece o seu ‘status’ sorológico em relação às hepatites, por isso, chamamos a atenção das pessoas sobre a doença”, disse.
Ainda segundo Carolina Leite, a OMS lançou em 2021 para região africana e para o mundo global uma estratégia integrada para a luta contra VIH, tuberculose, as hepatites virais e infecções sexualmente transmissíveis pelos seus determinantes sociais e ambientais comuns, assim como factores de risco.
O seminário sobre a situação das hepatites virais em Cabo Verde acontece no âmbito do Dia Mundial da Hepatite que se assinala quinta-feira, 28, num ano em que a OMS apela para uma abordagem comunitária e na iniciativa “2022, ano da segurança sanitária”.
As hepatites virais são um grande problema de saúde pública a nível global, sobretudo nos países com baixo nível de desenvolvimento socioeconómico, dado que muitos casos de hepatites estão associados ao saneamento básico, aos comportamentos de risco e às capacidades de respostas dos serviços de saúde.
O objectivo deste dia é divulgar a hepatite à comunidade global, para informar e sensibilizar as populações para a doença.
A hepatite é uma doença inflamatória do fígado provocada tradicionalmente por uma infeção viral. Existem cinco tipos principais do vírus: A, B, C, D e E, que podem causar infecção e inflamação do fígado e levar a cirroses e ao cancro do fígado.
A hepatite B, C e D surge pelo contacto com fluídos corporais infetados (por transfusão de sangue ou de relações sexuais desprotegidas, por exemplo) enquanto a A e E por ingestão de água ou de alimentos contaminados.