Em conferência de imprensa, realizada hoje, no Mindelo, Carlos Araújo, mentor da iniciativa, afirmou que a APIA trata-se de uma organização para a cidadania, sem fins lucrativos.
“[A associação] encontra na autonomia das ilhas um modelo apropriado de desenvolvimento. O objecto social que temos em vista tem como actividade principal viabilizar uma organização que contempla a autonomia das ilhas, dentro do estado unitário”, assegura.
O activista político considera que a criação da associação representa um ponto de viragem.
“Informar aos cabo-verdianos, e aos são-vicentinos, em particular, que hoje está a ser dada uma viragem na luta para a autonomia, uma autonomia cujo prazo para que esteja realmente a ser debatida, a nível nacional, ou que esteja encontrada a forma de a concretizar é de três anos. Uma autonomia que será encontrada no diálogo e na concertação”, refere.
Questionado sobre o tipo de autonomia que a APIA idealiza para o arquipélago, Araújo referiu a ambição de um governo da ilha e uma câmara diferente da actual estrutura.
“Um governo da ilha e uma câmara diferente da que está, que terá à frente um administrador e não um político. A política terá que ser exercida pelo pequeno governo da ilha. Num modelo com autonomia a vários níveis”, explica Carlos Araújo, que tem sido um dos principais activistas na defesa da autonomia e regionalização de São Vicente.
Carlos Araújo anunciou, ainda, a intenção da associação em promover uma candidatura à Câmara Municipal de São Vicente, descartando a hipótese do próprio ser candidato a presidente da autarquia.