Este programa, segundo o encarregado de negócios da Embaixada do Grão-Ducado do Luxemburgo em Cabo Verde, Thomas Barbencey, está inscrito no programa indicativo de cooperação “Desenvolvimento-Clima–Energia” entre Cabo Verde e Luxemburgo para o período 2021/25, contando com um financiamento de 12 milhões de euros.
O objectivo, conforme explicou, é de continuar a contribuir para a melhoria do acesso aos serviços de água e saneamento pela população cabo-verdiana, em especial os mais vulneráveis.
“Este sector, no qual cooperamos continuamente há mais tempo, é para nós prioritário, justamente por considerarmos que o acesso à água e ao saneamento são um direito humano e um elemento essencial para erradicar a pobreza”, disse durante a primeira reunião do comité de pilotagem do projecto, realizado na Cidade da Praia.
Segundo o ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, há já um quadro negociado para a execução desse projecto, que vai ser coordenado pela Lux Development, contando com todas entidades parceiras.
Para além da densificação da rede de água, o projecto, segundo Gilberto Silva, vai contribuir para a meta traçada pelo Governo que é disponibilizar 90 litros de água por pessoa por dia e para a redução das assimetrias que existem entre as zonas urbanas e entre as ilhas.
Uma aposta forte, entretanto, vai ser colocada na redução das perdas com foco na questão da sustentabilidade do sector.
“Podemos instalar equipamentos, construir infra-estruturas, mas é fundamental colocar o foco na eficiência, reduzindo as perdas. Caso contrário mais produção, vai representar mais perdas, o que não é sustentável” argumentou.
Segundo ministro vai-se apostar, ainda, na melhoria da qualidade da água, na melhoria da qualidade dos serviços e no reforço do nexo energia/água, como forma de reduzir o custo de produção e a dependência dos combustíveis fosseis.
“Como sabeis nós precisamos de muita energia não só para a dessalinização da água, mas também para os sistemas de distribuição e a energia é muito cara, sobretudo, no contexto de hoje com a crise energética no mundo. Portanto, vamos continuar a fazer uma forte aposta na instalação de parques fotovoltaicos que ajudam a reduzir os custos de energia”, disse.
O governante salientou que tudo isso compagina-se muito bem com o programa de Cabo Verde de transição energética e da governança e acção climática.
O projecto vigora para o horizonte 2025, devendo haver planos anuais e operacionais que permitam aprovar as actividades, definir as metas e os indicadores, e acima de tudo a forma e o ritmo de execução com vista à obtenção dos resultados.
O programa está orçado em 12 milhões de euros, dos quais três milhões serão destinados à construção de uma unidade de dessalinização 100% solar na ilha Brava.