Conforme o vice-presidente da Associação Hoturumu, Admilson Silva, o objectivo é aproveitar a experiência e os recursos que Pilorinhu já dispõe para fortalecer o trabalho que Hoturumu tem feito, para garantir a plena integração do ex-reclusos na sociedade.
“A Associação Pilorinhu já tem uma longa caminhada. Sabemos que têm realizado formações e têm tido acesso à formações, tem esse espaço [sede]. Então, esse protocolo prevê a disponibilização de algumas vagas para a formação dos ex-reclusos e também a disponibilidade de espaços para os encontros e outras actividades que podemos realizar”, explicou.
Além do trabalho de acompanhamento e apoio aos ex-reclusos, de consciencialização dos jovens em situação de risco e de prevenção junto das escolas, a Associação Hoturumu está a trabalhar num projecto de levantamento da situação de todos reclusos dos bairros de Achada Grande Frente, Jamaica e Tira Chapéu, em parceria com o Ministério da Justiça.
As parcerias com associações dos bairros são vias para um trabalho mais articulado e completo em prol do bem-estar das comunidades.
“O objectivo principal de todas as associações é ajudar os moradores. Como ex-recluso que somos, sabemos que, por vezes, uma pessoa que tem algum histórico de passagem pela cadeia pode sentir algum receio em falar com pessoas estranhas, com técnicos”, explica.
“A ideia é de chegar nas associações de cada zona, fazer parceria e fazer com que os ex-reclusos, os jovens que estão na vida de delinquência, possam chegar mais próximo das associações, expor as suas dificuldades e receber apoios”, acrescenta.
O presidente da Associação Pilorinhu, Zanildo Moreno, acredita que a parceria entre as duas associações vai ser “de grande valia” para Achada Grande Frente, já que, conforme reconheceu, “o bairro tem muita delinquência e muita reincidência entre os reclusos jovens que já regressaram por mais dois ou três meses para cadeia”.
“A Associação Pilorinhu está aberta para parceria com qualquer organização que queira trabalhar para o bem-estar da comunidade de Achada Grande Frente que tem chamado muita atenção por coisas negativas”, sublinha.
A assinatura do protocolo foi testemunhada pelo director da Cadeia Central da Praia, Agostinho Nascimento Correia.