“O arguido agiu movido por sentimento de paranoia que naquele momento o levou a construir um cenário em que a vítima o tinha traído e que a criança não era seu filho”, divulgou a Procuradoria-geral da República portuguesa, através de uma nota publicada na sua página.
De acordo com a mesma fonte, “além disso, o arguido achava que a ofendida o tinha envenenado ou queria envenenar, fazendo parte, à semelhança do resto da humanidade, de uma rede criminosa que o perseguia e que o queria matar”.
“Determinou-se que, no momento da prática dos factos, era incapaz de avaliar a ilicitude daqueles factos, razão pela qual foi considerado inimputável perigoso”, explicou o Ministério Público, indicando que o acusado foi sujeito a análise psiquiátrica durante a fase de inquérito, acabando por ter sido diagnosticado com esquizofrenia.
O inquérito esteve a cargo do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) da Procuradoria da República da Comarca de Lisboa, 2ª Secção do Barreiro, e a investigação foi conduzida pela PJ de Setúbal.
No dia 18 de Agosto último, o cabo-verdiano de 31 anos foi detido no Aeroporto Internacional de Lisboa pela Polícia Judiciária (PJ) quando tentava sair de Portugal, suspeito de homicídio da companheira grávida de oito meses, na localidade do Barreiro (Setúbal), tendo anunciado o crime num “post’ na rede social Facebook, que depois foi apagado.
O detido, terá cometido o crime com uma arma branca, tendo a jovem grávida de 38 anos sido encontrada com golpes no corpo, sobretudo na barriga, e foi preso depois de o alerta para a polícia ter sido dado pela família.
Desde aquela altura, o suspeito estava preso, cumprindo a prisão preventiva num hospital prisional, tendo deixado a comunidade cabo-verdiana em Portugal, e não só, revoltada com o crime que ceifou a vida da cabo-verdiana, que deixou quatro filhos, três dos quais menores.