Em declaração aos jornalistas, na Cidade da Praia, na apresentação dos resultados da operação de fiscalização marítima e área da ZEE de Cabo Verde, que aconteceu no quadro do projecto PESCAO, Maysa Rocheteau, sublinha que a operação de patrulha conjunta se assemelha as outras que tem sido feitas repetidamente em Cabo Verde.
“Há sempre preocupações, o facto de não ser encontrada actividades ilicitas, não quer dizer que não haja. A pesca ilegal é um flagelo que acontece em todo mundo, mesmo em países que tem meios, recursos humanos e tecnologias de ponta, é um flagelo e a isso nós não podemos escapar. Cabo Verde está situado no corredor do Golfo da Guiné, sabemos que é uma zona, digamos, quente em termos de práticas ilícitas, não só da pesca ilegal, portanto Cabo Verde tem que se precaver”, elucidou.
A inspectora-geral das Pescas destacou também que a fiscalização marítima, não é feita só com o navio, tem todo um aparato que permite monitorizar toda a ZEE marítima do país, todas as entradas e saídas de navios com técnicas que permitem averiguar se o navio está na prática da pesca ilegal, é “bastante controlada”.
“O apelo que nós fazemos sempre é que haja investimentos para dotar o país de meios navais e aéreos, porque nós temos um espaço imenso e é necessário nós mostramos a nossa soberania, a nossa presença, não só na perspectiva de combater a pesca ilegal, mas para uma presença dissuasora. Se nós estamos lá na nossa ária a mostrar presença todos os dias, será muito menos provável que ocorra qualquer acto de pesca ilegal, pirataria, ou narcotráfico”.
Esta responsável informa que de momento o país não tem um meio de patrulha oceânica, mas que beneficia, no quadro do que é denominado de “segurança cooperativa de apoio” de marinhas francesas amigas, e operações conjuntas que servem não só para aumentar a segurança marítima, mas também para treinar as marinhas e os guardas costeiras dos países participantes nessas operações.
Na operação de fiscalização conjunta, que abarcou as Zonas Económicas Exclusivas de Cabo Verde, Senegal e Gâmbia, estiveram empenhadas duas aeronaves (uma da Marinha Francesa e uma da Agência Europeia de Controlo da Pesca, EFCA), assim como um navio de patrulha oceânica.
A Operação African Nemo 23.1 teve início no passado dia 6 de Fevereiro, com operação de fiscalização aérea e marítima, e foi organizada e financiada pela Agência Europeia de Controlo da Pesca (EFCA), em colaboração com a Comissão Sub Regional de Pescas (CSRP) e estiveram envolvidas as entidades Centro de Operações de Segurança Marítima (COSMAR) e Inspecção Geral das Pescas (IGP).