“É um problema bastante grave e que suscita um orçamento bastante elevado para recuperar este meio que é fundamental para o patrulhamento da nossa zona económica exclusiva”, afirmou o CEMFA sobre a situação do NP “Guardião”, em declarações aos jornalistas após o encerramento da reunião do Conselho Superior de Comandos alargada a directores de serviços e equiparados.
No final desta reunião anual, que decorreu nos últimos dois dias na Praia, o contra-almirante António Duarte Monteiro apontou a expectativa de ter aquele navio operacional este ano, cuja avaria resultou da última docagem, em 2022, sendo ainda necessário garantir o financiamento para a reparação, deste e de outros meios navais da Guarda Costeira.
“Cabo Verde tem uma zona económica exclusiva muito extensa, de 734.265 quilómetros quadrados, temos busca e salvamento sob a nossa responsabilidade, além de fiscalizar o tráfico ilícito, que passa pela nossa zona económica exclusiva. Portanto, temos muito mar para cuidar, então a minha prioridade é minha vontade de ver efectivamente esses meios devidamente recuperados”, acrescentou.
Com uma superfície de 4.033 quilómetros quadrados (km2), o arquipélago de Cabo Verde está espalhado por uma área de aproximadamente 87 milhas (140 km) de raio, com cerca de 1.000 km de costa e uma área marítima de responsabilidade nacional de 734.265 km2, que inclui as águas arquipelágicas, o mar territorial, a zona contígua e a Zona Económica Exclusiva.
Segundo dados das Forças Armadas, o navio-patrulha "Guardião" é o mais importante da frota da Guarda Costeira de Cabo Verde e tem vindo a sofrer várias intervenções nos últimos anos. O navio, de 51 metros de comprimento foi construído nos estaleiros navais da Damen, Países Baixos, em 2011.
A frota integra ainda o NP "Vigilante", de 52 metros e construído na Alemanha em 1971, o NP "Tainha", de 26 metros e construído na China em 1998, o NP "Espadarte", construído nos Estados Unidos em 1993, tal como o NP "Rei", de 2009 e com 13 metros.