Após a aprovação dos planos de actividades e de investimento e do orçamento da Águabrava para 2023, na última reunião do conselho de administração, o director-delegado destacou investimentos como a construção de estação elevatória de cabeça da Avenida em Nova Sintra ao Reservatório de Risco Vermelho, na Ilha Brava, a execução de mais dois furos no quadro de campanha de perfuração na ilha do Fogo.
Destacou ainda, no quadro do programa do investimento, a construção do parque solar para os dois furos executados na zona norte com capacidade instalada de 60 KWA, a substituição dos equipamentos electromecânicos, instalação do sistema de telemetria, de videovigilância, assim como extensão da rede de distribuição de águas, sobretudo no município dos Mosteiros e parte do município de São Filipe na sequência da execução do projecto de adocção de água a Campanas de Cima.
Por sua vez as receitas operacionais para 2023 estão projectadas em cerca de 341 mil contos, representando um aumento de 8 % em relação ao valor projectado para 2022, referiu.
“As actividades projectadas para 2023, quer no quadro de investimentos, como nas actividades correntes da empresa, visam contribuir para o alcance progressivo dos objectivos específicos estratégicos da Águabrava”, afirmou o director-delegado.
De entre os objectivos estratégicos apontou o reforço da sustentabilidade económico-financeira, a resolução da precária situação de abastecimento de água à ilha Brava, o reforço da disponibilidade da água através da campanha de prospecção de água subterrânea, redução das perdas de cerca de 35 para 30%, nomeadamente pela via de introdução de tecnologias modernas de registos e leituras de consumo, reforço da introdução da energia fotovoltaico e substituição dos equipamentos electromecânicos visando ganhos maiores de eficiência energética.
Do plano de actividades prevê-se o reforço da capacidade técnica do laboratório da qualidade da água da empresa, criando as condições para que ainda durante o primeiro semestre de 2023 o laboratório possa realizar análises físico-química e microbiológicas.
“Trata-se de um investimento importante da empresa que tem a responsabilidade de garantir a potabilidade de água que é disponibilizada para o consumo urbano, mas também de um investimento que dote a ilha de um laboratório com capacidade bastante para prestação de serviços a terceiros no que diz respeito a análise físico-química e microbiológicas”.
O responsável do laboratório da Águabrava, Jandir Fernandes, disse que o laboratório está equipado “quase na totalidade” para dar respostas tanto a análises de microbiológico como de físico-químico, desde níveis de flúor, calcário, magnésio e cálcio, mas também da cor, cheiro e sabor da água, respeitando o regime jurídico em vigor em Cabo Verde desde 2017.
Segundo o mesmo, o laboratório poderá prestar serviço a todos que tenham interesse em saber a qualidade de água para uso pessoal, apontando que os privados que estão a executar furos de prospecção podem solicitar serviço da Águabrava para fazer análises da água, já que são obrigados pela Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANAS), a determinar parâmetros para validação.
Com relação a níveis elevados de calcário na água para consumo humano, o responsável do laboratório disse que a empresa “aposta forte” na qualidade de água e que neste momento está em curso o processo de aquisição de filtros para remoção de excesso de calcário, sobretudo na água da zona sul da ilha.
“O nível de calcário é elevado, não é um parâmetro que está ligado logo à qualidade de água como o flúor que se estiver elevado afecta directamente na saúde, nomeadamente nos dentes e descalcificação dos ossos”, disse Jandir Fernandes, indicando que calcário está relacionado com a dureza da água e afecta os equipamentos.
“A empresa está focada e até final do ano serão instalados filtros para remoção do calcário”, finalizou.