Provedor da Justiça alerta para necessidade de actualização do quadro legislativo do poder local

PorEdisângela Tavares,30 mar 2023 7:53

O Provedor de Justiça, José Carlos Delegado, assinalou esta quarta-feira a necessidade de actualização do quadro legislativo do poder local e a questão dos trabalhadores com vínculos precários como os dois principais problemas levantados na visita às ilhas. As necessidades constam no Relatório de Actividades da Provedoria de Justiça, entregue ao presidente da Assembleia Nacional.

Em declaração à imprensa, hoje, na Cidade da Praia, na sequência da entrega do Relatório de Actividades da Provedoria da Justiça, ao Presidente da Assembleia Nacional, José Carlos Delegado, informou que o relatório abarca fundamentalmente três aspectos importantes.

Entre os aspectos, o provedor de justiça indicou a falta de ligações marítimas, que impossibilitou a sua deslocação à ilha Brava e a necessidade de actualização do quadro de legislativo do poder local.

“Como sabem o estatuto dos municípios tem cerca de 30 anos que está em vigor, quer dizer que está desactualizado e muitos problemas que estamos a deparar em alguns aspectos tem a ver com a desactualização de alguns instrumentos, como é o caso da lei de segurança local. Foi levantada a questão do Fundo do Turismo e dos trabalhadores com vínculos precários, em muitos municípios, que é uma questão abordada, no encontro que tive a dias com a ministra da Coesão Territorial, sobre este assunto e outros”, apontou.

Este responsável informou que alguns pontos indicados estão a avançar, como é o caso dos Estatutos dos Municípios, lei das finanças locais e o problema dos trabalhadores com vínculos precários.

“Uma questão que já foi discutida com o Instituto Nacional de a Previdência Social (INPS), tem a ver tanto com as câmaras municipais como as outras entidades, é a transferência das prestações dos trabalhadores para o INPS. Sem essas transferências os trabalhadores ficam desamparados, no sentido que não podem ter assistência médica e nem medicamentosa o que não é admissível. É um ponto que já foi abordado com o INPS e, como sabem, o INPS tem meios coercivos que pode exercer para que esta questão não aconteça”, elucidou.

A poluição sonora é uma das principais queixas apresentadas à Provedoria da Justiça, tanto em São Vicente como na Cidade da Praia, sendo os pontos mais críticos.

“Quer dizer que independentemente de ser uma competência tripartida, em que entra a Inspecção Geral das Actividades Económicas, os fiscais das câmaras municipais e a Polícia Nacional, há que se encontrar uma solução para esse problema. Começa precisamente em repensar alguns licenciamentos que são concedidos e que, digamos, são inadmissíveis, a título de exemplo, uma padaria a funcionar dentro de um condomínio” avançou.

Resultado da sua visita às cadeias do país, o provedor de justiça sublinhou a superlotação referente à Cadeia Central da Praia, a cadeia de São Vicente e a cadeia de Ponta de Sol. Segundo José Carlos Delegado estão a ser tomadas algumas medidas para a melhoria na alimentação, assistência médica e outras medidas e se prevê um projecto para ampliação da cadeia de São Martinho.

O provedor da justiça avançou que houve um aumento nas queixas referentes à Administração Pública no seu todo, o sector da Justiça e as queixas referentes às autarquias locais.

“Nesse particular nós queremos divulgar mais a acção do Provedor de Justiça, nós iremos durante este ano para as ilhas para ter encontros com associações comunitárias, assembleias municipais e também a comunidade no sentido de divulgar a nossa figura para que as pessoas possam recorrer mais à Provedoria da Justiça”, informou.

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Autoria:Edisângela Tavares,30 mar 2023 7:53

Editado porEdisângela Tavares  em  30 mar 2023 17:26

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