No âmbito do Dia Internacional da Conscientização do Autismo, que se celebra hoje, a responsável pediu também trabalho em recursos humanos especializados com vista a dar resposta a esta população.
Segundo referiu, todos os anos a Associação de Pais e Amigos de Crianças e Jovens com Necessidades Especiais (Colmeia) assinala tanto o Dia Internacional da Síndrome de Down, como o Dia de Conscientização do Autismo.
“Um dos objectivos em relação ao Dia Interacional de Conscientização do Autismo é a sensibilização para a causa, que passa pela criação de respostas ao nível de políticas públicas que vão ao encontro da melhoria de qualidade de vida dos indivíduos que tem este aspecto”, salientou.
Conforme Isabel Moniz, a “maior preocupação” desta associação, no momento, é o financiamento para conseguir manter o trabalho de técnicos especialistas, que “trabalham há anos” na melhoria de qualidade de vida desta população em condições de deficiência, de modo a que todo o trabalho feito até agora não retroceda.
“Entendo também que Cabo Verde, assim como acontece em outros países deve trabalhar para reduzir o número de horas de trabalho as famílias desta população”, considerou, apontando “maior investimento” em recursos humanos que permitam à Colmeia atender maior número de pessoas, uma vez, neste momento, depara-se com uma fila de espera causada pela falta de condições.
Neste sentido, afirmou que enquanto associação que lida com pessoas autistas tem estado a insistir no aumento do financiamento por parte do Estado, ate porque, frisou, o trabalho que tem feito complementa o trabalho do Estado.
“Porque estas famílias tem necessidade de buscar respostas, para que, saindo de casa com os seus filhos possam encontrar respostas a nível de infraestruturas, e que sejam seguidas e acompanhadas. Então, a Colmeia faz todo este trabalho sem meios, e meios e o que mais nos faltam”, lamentou.
Comparativamente há alguns anos, reconheceu melhorias, mas afirmou que Cabo Verde deve ter “politicas publicas assertivas”, para que “de facto” as crianças, jovens e pessoas adultas nessas condições tenham oportunidades, nomeadamente na saúde, educação e proteção social.
De entre eles, apontou o despiste vocacional e entrada para formação profissional, da mesma forma que defendeu que estas tenham também “empregos protegidos para entrarem no mercado de trabalho protegidos”, pedindo a própria sociedade para trabalhar a inclusão, aceitando a diferença.
O Dia Mundial de Conscientização do Autismo foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 18 de Dezembro de 2007, com o intuito de alertar as sociedades e governantes sobre esta doença, ajudando a derrubar preconceitos e esclarecer a todos.
O autismo pertence a um grupo de doenças do desenvolvimento cerebral, conhecido por “Transtornos de Espectro Autista (TEA)”.
A data visa ajudar a conscientizar a população mundial sobre o autismo, um transtorno no desenvolvimento do cérebro que afecta cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo.