​Acrides destaca aumento de denúncias mas defende aposta na prevenção de abuso e exploração sexual de menores

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,1 jun 2023 9:27

A presidente da Associação de Crianças Desfavorecidas (Acrides), Lourença Tavares, enalteceu hoje o aumento de denúncias de casos de abuso sexual de menores, mas defendeu maior aposta na prevenção.

A responsável fez esta avaliação em declarações à Inforpress, no âmbito do Dia Mundial das Crianças, celebrado hoje, e do Dia Nacional de Reflexão sobre Abuso e Exploração Sexual dos Menores, que se assinala no domingo.

Sem revelar números, a responsável da Acrides afirmou que houve um “aumento de números” das denúncias, referindo que as pessoas já se falam mais sobre a temática, fazendo essas denúncias.

“As crianças também já estão mais atentas desta causa. Além disso, já existem grupos de pessoas a formarem as crianças sobre o abuso e exploração sexual, de uma forma mais descomplexada e sem receio”, disse.

“Temos trabalhado esta temática com mais afinco e força, podemos assim dizer que os ganhos são visíveis, desde campanhas de sensibilização, envolvendo profissionais, entidades públicas e crianças”, acrescentou.

Relativamente ao processo do sistema penal para os agressores, Lourença Tavares considera que a “justiça está a funcionar” justificando que agora é feita nos tribunais e depois é publicada no Facebook, de modo que todos tenham oportunidade de ler e ver os dossiers e o destino final do agressor.

Em relação a este particular, manifestou uma “grande satisfação”, pois, segundo disse, “antigamente não existia isto”.

Lourença Tavares asseverou que esta instituição tem feito muitos trabalhos com acções de formação e sensibilização, desde 2017, a nível nacional e em a parceria com uma ONG Luxemburguesa, o que permitiu o surgimento espontâneo das redes locais de protecção da criança contra o abuso e exploração sexual em todas as ilhas, com excepção da ilha Brava.

“Criamos o programa de empoderamento das mães para ajudar na prevenção do combate e do aumento das denúncias, porque, muitas vezes, o agressor é um pai ou um padrasto e a mãe não faz a denúncia porque é ele quem sustenta a família”, esclareceu.

Neste aspecto, esta responsável avançou que a Acrides tem desenvolvido programas de apoio com actividades geradoras de rendimento com as famílias, numa perspectiva de empoderar as mães, também através de acções de formação e sensibilizações com as crianças, campanhas e rodas de conversas com as famílias para desmistificar o mal da violência sexual.

Para prevenir ainda mais este flagelo, a mesma fonte indicou que é preciso ter programas televisivos e radiofónicos que ajudem as famílias e crianças a aprenderem a lidar com o desenvolvimento integral dos filhos.

Defendeu ainda a necessidade de haver mais presenças de serviços sociais nas comunidades para sessões de animações comunitárias e para explicar às famílias sobre os problemas sociais e outros males que podem trazer transtornos.

A presidente da Acrides acrescentou que é preciso trabalhar igualmente os agressores, lembrando que muitos deles também já foram vítimas em crianças.

No que toca ao trabalho infantil no país, disse não haver muitos dados sobre a temática, mas que há todo uma “acção de prevenção” e combate contra o trabalho infantil, sobretudo nas zonas rurais, referindo que ali os trabalhos de intervenção têm sido feitos preferencialmente no mês de Agosto, no período de férias, através de intercâmbios e de colónias de férias.

Por isso, garantiu que o papel de Acrides é trabalhar na prevenção contra todos os tipos de violência que prejudicam os direitos e deveres das crianças.

Para celebrar o Dia Mundial da Criança, Lourença Tavares anunciou que hoje vai entregar certificados de reconhecimento às crianças que deram a cara e voz para a campanha de sensibilização contra a exploração e abuso sexual, na Cidade da Praia.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,1 jun 2023 9:27

Editado porFretson Rocha  em  2 jun 2023 11:31

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