Em declarações ao Expresso das Ilhas, Mitza Sanches afirmou que a Vigilância Epidemiológica ainda não confirmou oficialmente o tipo de vírus envolvido, mas observou-se um significativo aumento de lesões de pele e outros sintomas sugestivos da doença. Alguns casos apresentaram características similares ao vírus Coxsackie, que causa a doença mão-pé-boca, porém outros casos mostraram-se mais severos e distintos.
"Ainda não temos a confirmação de que realmente se trata de Coxsackie. Mas, realmente verificamos um aumento significativo de lesões de pele e não só que parecem ser o vírus. Alguns são sugestivos do vírus Coxsackie, mas outros são mais exuberantes do que este vírus que provoca a doença mão-pé-boca. Entretanto, o INSP está a trabalhar para identificar esse tipo de vírus", explicou Mitza Sanches.
Em relação às medidas de prevenção, a directora do Banco de Urgência da Pediatria ressaltou a importância de evitar o contacto com pacientes infectados.
Recomenda-se evitar abraços, beijos e manter a boca e o nariz cobertos ao espirrar. Além disso, o uso de máscara, a lavagem frequente das mãos antes e depois de cuidar de crianças doentes e a higienização adequada de materiais e brinquedos utilizados por elas são medidas essenciais.
A transmissão desse tipo de enterovírus ocorre por via fecal e oral, tornando o contacto com fezes, saliva e outras secreções uma potencial fonte de infecção.
Portanto, conforme a responsável, é fundamental tomar precauções para evitar a disseminação do vírus, principalmente entre crianças até cinco anos de idade, grupo mais vulnerável.
"Se a criança estiver doente, não pode ir ao jardim e é preciso desinfetar os materiais que as crianças usaram, os brinquedos, superfícies, tudo onde a pessoa infectada esteve em contacto. Isto porque pode continuar a transmitir mesmo se deixar de ter os sintomas. Os sintomas, geralmente, se manifestam entre cinco a sete dias ou mais dias", alertou Mitza Sanches.
A doença mão-pé-boca é uma enfermidade contagiosa causada pelo vírus Coxsackie da família dos enterovírus que habitam normalmente o sistema digestivo.
Embora possa acometer também os adultos, é mais comum na infância, antes dos cinco anos de idade. O nome da doença se deve ao fato de que as lesões aparecem mais comumente em mãos, pés e boca.
São sinais característicos da doença febre alta nos dias que antecedem o surgimento das lesões; aparecimento, na boca, amídalas e faringe, de manchas vermelhas com vesículas branco-acinzentadas; erupção de pequenas bolhas em geral nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, mas que pode ocorrer também nas nádegas e na região genital.
Ainda não existe vacina contra a doença mão-pé-boca. Em geral, como ocorre com outras infecções por vírus, regride espontaneamente depois de alguns dias.