De acordo com a mesma fonte, entre 2016, altura em que o actual Governo chegou ao poder, e março de 2023 o país mobilizou 136.527.589,37 de metros cúbicos de água, sendo que a água dessalinizada do mar representa 64.578.581 metros cúbicos (47,2%).
A dessalinização é utilizada há mais de 50 anos em Cabo Verde, mas há vários anos que o país enfrenta períodos de secas, com repercussão na produção agrícola e no abastecimento de água em várias ilhas.
Para o Ministério da Agricultura e Ambiente, o sector agrário está em processo de “reformas profundas”, pelo que considerou ser “fundamental” no modelo de gestão dos recursos hídricos a criação e a institucionalização da empresa Água de Rega para se ocupar da gestão dos investimentos nas infraestruturas de mobilização de água.
Com a criação dessa nova empresa, a Agência Nacional de Água e Saneamento (ANAS) ficou com a função principal de executar as políticas públicas definidas pelo Governo.
“A mobilização de água para a agricultura está no centro das preocupações do Governo, que investiu e continuará a investir, sobretudo, na diversificação das fontes de captação de água e sua disponibilização no setor produtivo da agricultura”, lê-se numa nota daquele departamento governamental.
Em Abril, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, disse que o país precisa mobilizar e investir 700 milhões de euros nos próximos 20 anos, uma média de 35 milhões de euros por ano, no sector de água e saneamento.
Uma das metas traçadas pelo Governo é passar dos actuais 62 litros de água/pessoa/dia para 90 litros e passar a taxa de cobertura de acesso de água por rede pública dos atuais 85,5% para todas as famílias.
No ano passado, o executivo aprovou investimentos de 505 milhões de escudos no sector das águas, nomeadamente para debelar a seca no arquipélago, sendo que deste valor, 270 milhões de escudos destinam-se à realização de investimentos para a redução das perdas físicas e comerciais.