Água retirada do mar é quase metade do total mobilizado em sete anos

PorExpresso das Ilhas, Lusa,24 ago 2023 17:37

​Cabo Verde mobilizou 136,5 milhões de metros cúbicos de água desde 2016 e quase metade, 64,5 milhões, foi de água dessalinizada do mar, conforme dados do Ministério da Agricultura e Ambiente consultados hoje pela Lusa.

De acordo com a mesma fonte, entre 2016, altura em que o actual Governo chegou ao poder, e março de 2023 o país mobilizou 136.527.589,37 de metros cúbicos de água, sendo que a água dessalinizada do mar representa 64.578.581 metros cúbicos (47,2%).

A dessalinização é utilizada há mais de 50 anos em Cabo Verde, mas há vários anos que o país enfrenta períodos de secas, com repercussão na produção agrícola e no abastecimento de água em várias ilhas.

Para o Ministério da Agricultura e Ambiente, o sector agrário está em processo de “reformas profundas”, pelo que considerou ser “fundamental” no modelo de gestão dos recursos hídricos a criação e a institucionalização da empresa Água de Rega para se ocupar da gestão dos investimentos nas infraestruturas de mobilização de água.

Com a criação dessa nova empresa, a Agência Nacional de Água e Saneamento (ANAS) ficou com a função principal de executar as políticas públicas definidas pelo Governo.

“A mobilização de água para a agricultura está no centro das preocupações do Governo, que investiu e continuará a investir, sobretudo, na diversificação das fontes de captação de água e sua disponibilização no setor produtivo da agricultura”, lê-se numa nota daquele departamento governamental.

Em Abril, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, disse que o país precisa mobilizar e investir 700 milhões de euros nos próximos 20 anos, uma média de 35 milhões de euros por ano, no sector de água e saneamento.

Uma das metas traçadas pelo Governo é passar dos actuais 62 litros de água/pessoa/dia para 90 litros e passar a taxa de cobertura de acesso de água por rede pública dos atuais 85,5% para todas as famílias.

No ano passado, o executivo aprovou investimentos de 505 milhões de escudos no sector das águas, nomeadamente para debelar a seca no arquipélago, sendo que deste valor, 270 milhões de escudos destinam-se à realização de investimentos para a redução das perdas físicas e comerciais.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,24 ago 2023 17:37

Editado porSara Almeida  em  25 ago 2023 9:27

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