Em conferência de imprensa, na cidade da Praia, o SINDEF sublinhou que o Ministério da Saúde (MS) tem conhecimento da situação “precaria” em que os profissionais de enfermagem vêm trabalhando, uma vez, que já foram realizadas várias tentativas de resolução das pendências, pela via de diálogo, mas sem resultado.
Segundo o presidente do SINDEF, José Elídio Sanches, entre as reivindicações da classe consta o não envio das contribuições dos enfermeiros ao Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), suspensão de subsídios dos enfermeiros dos centros de saúde e postos sanitários, descanso semanal, actualização da grelha salarial e transição dos restantes enfermeiros para a nova carreira.
“O Ministério da Saúde não tem estado a pagar as contribuições ao INPS, o que é deplorável e muito grave, para uma classe que presta cuidados de saúde, que em primeiro lugar tem é que se proteger para poder estar em óptimas condições para o exercício da sua função”, indicou.
Em relação à grelha salarial, o sindicalista esclarece que os enfermeiros pertencem a carreira de quadro privativo, no entanto, auferem o salário de quadro comum, o que não estimula o exercício da profissão tão “exigente e esgotante” como é a enfermagem.
“Fazia parte do acordo que até Março de 2018, negociaram uma nova grelha salarial, específica para a classe, o que não aconteceu. O SIDEF propõe ao MS o aumento do salário base do pessoal da enfermagem do actual 68 mil escudos para 88 mil escudos, à semelhança do que vem acontecendo com as outras classes do Quadro Privativo da Administração Pública cabo-verdiana”.
Ainda o SINDEF aponta entre as preocupações da classe o limite de idade de reforma, que no seu entender, pelo facto da enfermagem ter um desgaste físico e mental muito elevado dado a condição de trabalho. O presidente do SINDEF indica que o limite da idade para reforma é muito “injusto para com a classe”.
“É de se realçar que todos estes aspectos foram objecto de acordo em 2018 e no entanto, até este momento, prevalece a situação, pelo que a classe concede ao ministério o prazo para até o final de Setembro resolver estas questões, sob pena de enveredar por outras formas de luta, o que não gostaríamos. Posto isto, manifestamos toda a nossa abertura para o processo de diálogo e discussão, se torna premente o desenvolvimento das negociações que se impõem”, acrescentou.