Em conferência de imprensa, hoje, na Cidade da Praia, o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, António Duarte Monteiro, sublinhou que o relatório da autópsia realizada aos restos mortais do recruta natural da ilha do Fogo, falecido no passado dia 13, em São Vicente, em cumprimento do seu serviço patriótico, confirmou que a marcha administrativa, do qual o recruta participava, não teve qualquer influência na morte do mesmo.
“Conforme consta do relatório da autópsia médico-legal, realizada pela Delegacia de Saúde de São Vicente, com data de 23 de Outubro, a causa principal da morte é edema agudo pulmonar, tendo como causa intermédia funcional falha ventricular esquerda e mio-cardiopatia dilatada e ainda como causa básica obesidade”.
Por sua vez, o Director dos Serviços de Saúde das Forças Armadas, Major Médico, Fernando Tavares, explicou que o edema pulmonar, constatado na autópsia, é uma acumulação de líquido dentro dos pulmões, que configura uma situação de diminuição nas trocas gasosas do pulmão, causando dificuldade de respiração e sensação de afogamento. A condição é conhecida popularmente por “água no pulmão”.
A falha ventricular esquerda, como explicou Fernando Tavares, manifesta-se com sintomas da baixo débito de sangue para o corpo, ou seja, o coração pára de bombear sangue para o corpo, e ocorre acumulação do líquidos nos órgãos principalmente pulmões, o principal é a fraqueza e o cansaço aos esforços, causando edema de membros inferior, que foi constatado no caso do recruta Davidson Barros.
O Major Médico informou ainda que durante a inspecção realizada, para ingressar no serviço militar, o recruta Davidson Barros não apresentou nenhuma patologia que o considerasse inapto. Sobre a condição de obesidade, esclareceu que a tabela das Forças Armadas em vigor admite o recrutamento de cidadãos considerado grau 3 de obesidade, sem outras patologias, que o considerem inapto para prestar serviço militar.
O Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, António Duarte Monteiro, avançou ainda que as Forças Armadas estão a trabalhar para que em breve entre em vigor uma nova tabela no processo de avaliação e inspecção de recruta, para o serviço militar, questionando algumas patologias como epilepsia, diabetes e glicemia.
Davidson da Silva Barros encontrava-se no Centro de Instrução Militar do Morro Branco, em São Vicente, a receber preparação militar. Na etapa final de uma marcha administrativa ocorrida no dia 12 do corrente mês, no percurso Galé-Morro Branco, o recruta sentiu-se mal disposto e apresentou um quadro clínico caracterizado por mal-estar geral seguido de desmaio.
Após verificação in-loco, pelo médico-militar de serviço, o recruta foi transportado para o Banco de Urgência do Hospital Baptista de Sousa, onde deu entrada por volta das 17h25min, em estado inanimado. O quadro clínico do referido recruta, foi marcado por paragens cardiorrespiratórias, tendo o mesmo sido dado como óbito às 2h do dia 13 de Outubro, após o 5º episódio de paragens cardiorrespiratórias.
As Forças Armadas de Cabo Verde reiteraram as suas mais sentidas condolências aos familiares, amigos e colegas do recruta.
“Nesta hora de consternação e profunda tristeza, as Forças Armadas de Cabo Verde reiteram à família enlutada, amigos e colegas de arma, as suas mais sentidas condolências”, reiterou o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas.