Trabalhadores do INE denunciam “incapacidade e incumprimento” do conselho directivo e “prática de assédio”

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,15 abr 2024 14:13

Os trabalhadores do Instituto Nacional de Estatística (INE) denunciaram hoje, “com um grito de revolta”, a “incapacidade” do conselho directivo e a “prática de assédio”, a quem acusa de rejeitar de forma ilegal o cumprimento dos acordos estabelecidos.

Em conferência de imprensa realizada no final da manhã de hoje à entrada do edifício do INE, o presidente do conselho de administração foi pessoalmente tentar evitar a realização desta comunicação, alegando uma ilegalidade, prontamente contraditada pelo sindicatos e trabalhadores afectos, que o acusaram da prática de intimidação.

O presidente do Sindicato da Indústria, Serviços, Comércio, Agricultura e Pesca (SISCAP), Eliseu Tavares, declarou que os trabalhadores reivindicam a aprovação e a implementação dos acordos estabelecidos, após as manifestações de 2020/2021, designadamente os instrumentos de gestão, que ficaram pendentes.

Os mais experientes, sobretudo aqueles com mais de 20 anos de trabalhos, explicou, não conseguiram alcançar o nível de sénior, quanto mais o nível de especialistas, ao mesmo tempo que denunciou que aos trabalhadores com vínculo mais precários, “contratados ilegais por prestações de serviços”, viram as suas situações a piorar.

“A precariedade no INE aumenta inversamente aquilo que é política do Governo em resolver os problemas precários na Administração Pública e não só”, realçou Eliseu Fortes, asseverando que com este novo conselho directivo foi criada uma equipa multidisciplinar, visando uma nova visão dos instrumentos de gestão, validada pelo próprio conselho directivo, mas que o presidente recusa, entretanto, a sua implementação.

O SISCAP e os trabalhadores denunciaram, repudiaram e condenaram ainda “o assédio claro aos trabalhadores” para “condicionar, influenciar e delimitar” a liberdade dos mesmos em assembleia dos trabalhadores e nas novas fases de lutas, salientando que o presidente, de forma unilateral, “cria barreiras” para o melhor enquadramento dos trabalhadores.

“O documento elaborado em 2023 e aprovado pelo conselho directivo é fruto do trabalho dos trabalhadores do INE, do SISCAP e do jurista do INE para tal mandato, para além das reuniões promovidas pelo ministro da Finanças”, realçou.

Opinião reforçada pelo delegado sindical do INE, João Baptista Pina, afirmando que os trabalhadores estão “agastados com os sucessivos recuos” durante as negociações e pelo “dito e não dito, após o acordado com o mediador".

Reafirmou que ao abrigo dos novos estatutos que se quer implementar os trabalhadores com mais de 20 anos de carreira viram a sua situação laboral a piorar, ao mesmo tempo que denunciou a existência dos trabalhadores, inclusive com mais de dez anos, com vínculo laboral precário e sem o INPS.

“O pior é que estão a intimidar os trabalhadores. Na sexta-feira houve uma reunião em que a todos os trabalhadores foi dito claramente, ou assinam este documento, ou, caso contrário, não recebem o salário no fim do mês”, revelou, condenando “a gestão irracional dos recursos humanos”, com sala sobrelotados de trabalhadores e sem resultados técnicos visíveis.

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INE denuncia

Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,15 abr 2024 14:13

Editado porSheilla Ribeiro  em  16 abr 2024 8:43

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