A associação, segundo avançou à Inforpress o seu secretário, Admilson de Barros, considera “imprescindível” para a zona um investimento do tipo, alegando que faz muita falta à localidade uma unidade de produção de gelo para evitar desperdícios e a venda dos produtos ao desbarato.
Disse que a associação conta com uma única mala de conservação do pescado, fruto de uma parceria com a Associação para a Defesa do Ambiente e Desenvolvimento (ADAD), o que se torna “insuficiente” para dar satisfação às 135 peixeiras que diariamente trabalham em sintonia com os 79 armadores das pequenas embarcações de boca aberta.
Admite que no Porto Mosquito, as pessoas que do mar vivem, gozam de uma parceria muito frutífera com a ADAD, ao proporcionar aos moradores “dicas importantes para o manuseamento do pescado e da própria captura das espécies”, dada a proximidade à reserva natural da Baía do Inferno.
“A população já recebeu várias acções de sensibilização, sobretudo das ONG, visando a conservação e a preservação do ambiente, mas os pescadores não deixam de navegar ali, por ser o ponto onde se encontra a maior concentração de iscas para pescas de peixes como atum”, asseverou, referindo, entretanto, que tentam evitar sempre infligir a lei, capturando a quantidade ideal e sustentável.
“Embora tenhamos estado praticamente toda a vida dedicada à pesca, aprendemos muito, sobretudo quando se fala das novas técnicas”, avançou Barros que considera que, de momento, a pesca passa por “um período difícil” dada as dificuldades climáticas motivadas pela concentração de poeiras no ar, que, atestou, complica a visibilidade dos pescadores na captura no alto mar.
O grosso do pescado, segundo referiu, é transportado para a cidade da Praia para a venda, e temos apostado em novas formas de embalagens, conservação e transporte do nosso pescado para os postos de vendas fora da localidade, sobretudo para a Cidade Velha e cidade da Praia.
Outrossim, enaltece a forma como uma boa parte dos jovens da localidade estão a formar-se nas técnicas de conservação e transformação do pescado na Escola de Hotelaria de Cabo Verde, no âmbito do projecto "Do Mar ao Prato", uma iniciativa da ADAD, em colaboração com a Universidade de Aveiro, entre outros parceiros e tem o principal objectivo de revitalizar as cadeias locais de abastecimento de peixe, através da promoção da pesca sustentável e responsável.
O projecto está a desenvolver e testar o conceito de "Cabaz de Peixe", uma estratégia inovadora que cria uma cadeia de valores desde o mar até ao prato, por forma a valorizar a pesca artesanal, diversificar a oferta de peixes e criar um mercado sustentável para espécies menos populares.