Esta iniciativa, de acordo com uma nota explicativa, insere-se numa estratégia da Fundação Calouste Gulbenkian que tem como objectivo a melhoria do ensino e da aprendizagem da Matemática nos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa).
Fazem parte desta estratégia ainda o programa de mentoria Vocações para a Matemática, destinado a estudantes universitários, e o aumento da oferta de cursos pós-graduados em Cabo Verde.
Executado pela Universidade de Cabo Verde, a partir de uma ideia da Fundação Gulbenkian, o evento é destinado aos melhores alunos de todas as ilhas do país que concluíram o 10.º ano com uma média superior a 16 valores.
Para os alunos que participaram da terceira edição, o Campos da Matemática Gulbenkian (CdM-CV) vai decorrer de 22 a 26 de Julho, na cidade da Praia, e para alunos do 10º ano das ilhas do Barlavento, de 29 de Julho a 02 de Agosto, na cidade do Mindelo.
Segundo a coordenadora do Campos de Matemática, da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), Telma Silva, o projecto concebido desde 2021 tem como propósito motivar os estudantes a seguirem uma formação superior no domínio da Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (CTEM), ajudando-os a desenvolver competências analíticas e de abstração em campos não residenciais de actividades educativas.
“Prepará-los assim não só para a matemática pura, mas para a matemática aplicada e a relação da matemática com todas as ciências”, explicou.
Telma Silva disse ainda que têm tido “bons” ‘feedback’ tanto dos alunos como dos professores, que dizem que esses campos os ajudaram a ver a matemática de outra forma, a compreender a abrangência da matemática”, manifestou, observando que o objectivo não é criar “pequenos matemáticos”, conforme julgam algumas pessoas.
“Não é esse o nosso objectivo. O nosso objectivo é trabalhar com os estudantes, fazê-los compreender que a matemática está em tudo e em todas as áreas, e não a verem como um monstro, aceitando-a, naturalmente, como aceitam a língua portuguesa, inglesa ou francesa, por exemplo. A matemática nos ensina a chegar ao infinito e ir mais além”, sublinhou.
“Então, a gente motiva os estudantes, tanto psicologicamente como intelectualmente com esses campos e temos, de facto, vivido esse sucesso durante esses quatro anos”, frisou aquela responsável, destacando a participação de mais meninas do que rapazes nestes Campos da Matemática.
As três primeiras edições do CdM-CV, conforme a mesma nota, juntaram um total de 110 alunos e 61 professores do Secundário das ilhas do Sotavento e Barlavento.