Este esclarecimento foi emitido em comunicado pelo Ministério da Agricultura e Ambiente para esclarecer sobre o surto da gripe aviária que foi registado numa exploração avícola em Portugal e o seu impacto no país.
“Em Cabo Verde, até a presente data, não foi registado nenhum caso confirmado de gripe aviária, apesar de o país ser importador por excelência e se encontrar na rota de aves migratórias e na encruzilhada de vários continentes, com forte circulação de pessoas e bens”, garantiu.
No comunicado lê-se que a importação de carne de frango é proveniente na sua maioria do Brasil, Países Baixos e Bélgica, apesar de não existirem evidências científicas da infecção deste vírus, através do consumo da carne e ovos, e que o país vem fazendo diligências no sentido de minimizar os riscos de introdução da gripe aviária.
A mesma fonte avançou que Cabo Verdejá dispõe de um plano de contingência para a gripe aviária, “altamente patogénica”, bem como um plano de comunicação.
Dispõe também, continuou, de equipamentos de protecção individual e está em curso a aquisição de mais equipamentos e instalação de técnicas de diagnóstico RT-PCR.
O comunicado refere ainda que os serviços de inspecção estão sendo reforçados e digitalizados e que a capacidade técnica dos inspectores também está a ser melhorada para atender as necessidades do país.
Lembrou que no mês de Dezembro de 2024, com apoio da FAO, foram realizados exercícios de simulação sobre a gestão do foco da Gripe Aviária Altamente Patogénica (GAAP), com a participação de técnicos da pecuária e do INSP e está previsto a formação dos técnicos do laboratório em técnicas de diagnóstico da doença.
Estas acções, conforme informou, vêm reforçar os trabalhos de sensibilização e formação de técnicos da saúde e da pecuária, criadores, jornalistas e sociedade civil, realizados aquando do surgimento dos primeiros casos da gripe aviária.
Quanto à importação de pintos do dia e de ovos férteis, que podem constituir um risco, esclareceu que são feitos através de um “controlo sanitário rigoroso”, pois são inspeccionados no país de origem pelos serviços veterinários oficiais, que emitem um certificado sanitário internacional.
Isto, para além de serem sempre provenientes de zonas e explorações livres das doenças infectocontagiosas e inspecionados pela parte cabo-verdiana, nas fronteiras, portos e aeroportos, do país.
O Ministério da Agricultura e Ambiente ressaltou ainda que o risco de ocorrência da gripe aviária em Cabo Verde pode ser reduzido se cada um fizer a sua parte, por isso recomendou que é preciso evitar a criação de aves à solta e melhorar as medidas sanitárias nas explorações.
Aconselhou a comunicar imediatamente aos serviços do Ministério da Agricultura e Ambiente mais próximo, ou às delegacias de Saúde caso encontre alguma ave morta, sobretudo nas zonas com águas estagnadas, como salinas, estações de tratamento de águas residuais e barragens, entre outros locais onde podem ser encontradas aves migratórias.
A mesma fonte recomendou também que no caso de deteção de morte súbita ou morte anormal numa criação avícola familiar a entrar em contacto com o serviço pecuário e evitar contactos com animais mortos, enterrar ou queimar.
O Vírus da Gripe Aviária Altamente Patogénica (GAAP) do subtipo H5N1 foi diagnosticado pela primeira vez em Hong Kong em 1997. Reapareceu em 2003/2004, espalhando-se da Ásia para a Europa e África, causando centenas de casos e mortes em humanos, bem como a destruição de centenas de milhões de aves de capoeira.