O anúncio foi feito hoje, em conferência de imprensa, pelo presidente do Sindicato da Indústria Geral, Alimentação, Construção Civil e Serviços das Empresas de Segurança Privada, Marítimos e Portuários (SIACSA), Gilberto Lima, que explicou que a decisão foi tomada após uma análise profunda entre os condutores desta empresa de transportes públicos de passageiros da cidade da Praia.
Segundo disse, a decisão visa evitar os potenciais danos aos utentes e as dificuldades financeiras que os condutores com baixo salário, 26 mil escudos, enfrentariam, uma vez que, por imposição da lei, não receberiam salários durante o período da greve.
Com esta medida, o SIACSA e os condutores tiveram em conta também uma eventual diminuição da participação na greve dos condutores que viram rescindidos os seus contratos de trabalho.
O sindicalista reafirmou que os despedimentos a cerca de seis condutores foram ilegais, uma vez que foram feitas após manifestação pacífica realizada nos dias 17 e 18 deste mês, exigindo à empresa melhorias salariais.
“Esta foi, na verdade, uma opção inteligente encontrada, pois vamos continuar a exigir um melhor salário, isto é, um salário justo e digno para essa classe profissional, assim como apoiar as autoridades nacionais, a concessão de licenças para mais operadores de transportes públicos no mercado”, explicou, afirmando que os condutores não podem continuar nesta situação.
Com a suspensão da greve, Gilberto Lima avançou que os condutores estarão a fazer um "tipo de greve de zelo" assim como existem em outras paragens.
A greve de zelo é uma forma de protesto que consiste em seguir rigorosamente todas as normas e procedimentos no exercício das funções, como forma de demonstrar descontentamento face às suas reivindicações laborais.
Entretanto, avançou que as primeiras medidas a serem tomadas, serão intentar, por vias administrativas, a essência da legalidade dos contratos de trabalho, accionar uma acção no tribunal caso houver irregularidade dos contratos de trabalho, bem como os trabalhos dos cobradores de bilhetes que não são pagos aos condutores.
Desencadear e continuar a fazer as sindicalizações para obter a maioria dos condutores sindicalizados para possíveis lutas sindicais e a exigência de melhores tratamentos e condições de trabalho dos condutores, designadamente, a aplicabilidade de subsídios de risco, também serão levadas em conta, conforme sublinhou.
Gilberto Lima considerou que o diálogo é a melhor arma para a qual os sindicatos se dispõem, para quem, na falta dele e ao bloqueio das negociações, o caminho a andar são medidas como as manifestações, greves e outras.