Ao visitar hoje o sítio onde o navio estava encalhadop, para assinalar a conclusão da operação de desmantelamento e remoção dos destroços, o ministro do Mar, Jorge Santos, disse que o processo representa um “marco significativo” para a segurança da navegação nacional e internacional e para a protecção ambiental da costa cabo-verdiana.
O ministro do Mar, que testemunhou o final dos trabalhos com assinatura de um certificado de conclusão dos trabalhos, afirmou que é uma “grande satisfação” para o Governo e um momento importante para Cabo Verde, para a ilha do Fogo e para a navegação nacional e internacional.
Segundo o governante, com a remoção do navio, eliminou-se uma ameaça à navegação e deu-se um passo firme na protecção do mar.
Desde o naufrágio do Deimos, em 2020, a responsabilidade pelo navio de bandeira panamenha foi assumida pela seguradora PNI, que contratou uma empresa especializada da Holanda para conduzir o complexo processo de desmantelamento e remoção dos destroços.
O trabalho que durou aproximadamente um ano, segundo Jorge Santos, envolveu a retirada de 1.600 toneladas de ferro velho, que agora será reciclado e reaproveitado.
Sublinhou que a operação está orçada em cerca de 1,2 milhões de euros (aproximadamente 120 mil contos cabo-verdianos) e foi realizada em duas fases devido às condições marítimas adversas.
O equipamento, lembrou, chegou a ser transferido temporariamente para São Vicente até que o mar permitisse a continuidade segura dos trabalhos.
De acordo com o ministro Jorge Santos, a operação foi conduzida com extremo cuidado ambiental e foram estudadas todas as condições de impacto ambiental, e não houve vazamento de líquidos poluentes nem utilização de materiais que pudessem contaminar o mar.
O presidente do conselho da administração do Instituto Marítimo e Portuário (IMP), Seidi Santos, também celebrou o fim do processo que, segundo o mesmo, simboliza o concretizar de um grande objectivo que era o total desmantelamento do navio, que estava encalhado há quase cinco anos.
“É um grande ganho para a navegação, pois o navio representava risco de segurança e alguns navios de cruzeiros que chegavam à baía ancoravam mais distante ao depararem com o navio encalhado”, afirmou.
Segundo Seidi Santos, foi realizada uma inspecção subaquática com tecnologia avançada, que confirmou que a área está “totalmente limpa e livre de destroços”.
“Temos a consciência tranquila de que não há qualquer risco ambiental ou vestígio do Deimos”, assegurou o PCA do IMP que lembrou que o processo foi acompanhado de perto por várias entidades, incluindo o IMP, a Enapor e a Direcção Nacional do Ambiente, garantindo rigor técnico e ambiental em todas as fases.
O sucesso desta operação abre caminho para novas acções e o Governo, segundo o ministro do Mar, Jorge Santos, já planeja o desmantelamento de mais dois navios na Baía do Mindelo, como parte do esforço contínuo para garantir a segurança da navegação e a preservação das águas cabo-verdianas.
O encerramento formal do projecto foi marcado pela assinatura de um termo de conclusão entre o IMP e a seguradora PNI, consolidando mais uma etapa no compromisso de Cabo Verde com a sustentabilidade e a segurança marítima.