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A informação foi revelada sexta-feira pelo delegado do Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA), Estevão Fonseca, no quadro do fórum sobre "50 anos da independência: o futuro do agropecuário em Cabo Verde", promovido sexta-feira pela Associação Ka Djidja no quadro da IV edição da Festa do Queijo de Monte Grande.
A aquisição das sementes para a campanha agrícola 2025/26 representa um investimento de cerca de 5000 contos e demonstração que a ilha tem um grande potencial produtivo, disse o delegado, que sublinhou que só se conseguiu essa quantidade porque ainda há homens e mulheres que apesar do contexto das alterações climáticas continuam a apostar na agricultura.
O Fogo destaca-se mais uma vez pela sua capacidade de fornecer sementes de qualidade a todo o arquipélago, graças à preservação de ecótipos bem-adaptados aos diferentes climas de Cabo Verde, disse Estevão Fonseca.
As sementes de milho e feijões foram adquiridas no mercado local a preços entre 150 e 350 escudos por litro, respectivamente, o que representa um “impulso significativo” para a economia local.
Segundo Estevão Fonseca, o MAA, através da sua estratégia nacional, subsidiará mais de 50% do custo total das sementes aos agricultores, considerando os gastos com testes de germinação, aquisição, acondicionamento, transporte, logística e distribuição.
“Hoje seguem para a Brava, depois para Santiago, e gradualmente estarão disponíveis em todos os concelhos”, garantiu o delegado do Ministério da Agricultura que acrescentou que a distribuição será feita em parceria com empresas comerciais e que para a ilha do Fogo foi celebrado um protocolo com a Unicoop-Fogo, e nas outras ilhas através de empresas comerciais.
A nível do Fogo, o delegado avançou que a distribuição ocorre em momento oportuno, uma vez que apenas em algumas zonas já foi iniciada a sementeira após as primeiras chuvas, mas no grosso da ilha ainda os agricultores não começaram as sementeiras.
Embora as previsões meteorológicas apontem para precipitações "intermédias a deficitárias", o delegado lembrou que o ano agrícola ainda está no início e é cedo para avaliar e há muito trabalho pela frente, e apelou aos agricultores para lançarem as sementes com responsabilidade.
Além da distribuição de sementes, a campanha agrícola deste ano conta com reforço técnico e uma estratégia integrada de controlo fitossanitário e o Ministério, em colaboração com os serviços de meteorologia e vigilância agrícola, promete alertar os produtores sobre eventuais pragas e prestar apoio no controlo preventivo.
Na pecuária, o delegado apelou à gestão responsável dos rebanhos por ser um momento de confinamento e avaliação de animais que podem ser descartados para venda ou abate como media de racionamento, e acções de desparasitação preventiva para garantir a saúde do efectivo.
Apesar dos desafios estruturais e climáticos, o Ministério da Agricultura reforça a confiança na campanha 2025/26 e com mais técnicos capacitados e estratégias montadas, o delegado acredita que será uma campanha positiva dentro do contexto em que se vive.
